A UIT (União Internacional de Telecomunicações) aprovou na primeira etapa de análises o “Ginga-J”, parte fundamental da interatividade da TV digital promovida pelo middleware Ginga. A chegada do Ginga-J, uma tecnologia de ponta e sem os custos de royalties, quebra parâmetros do próprio conceito que se tem de TV digital no órgão. Os demais sistemas reconhecidos pela UIT – o americano (ATSC), o europeu (DVB) e o próprio ISDB, japonês posteriormente aperfeiçoado pelo Brasil – estão harmonizados em um único middleware, porém, com custos de royalties associados.
Segundo a coordenadora do módulo técnico do Forum Brasileiro da TV Digital e uma das representantes do Brasil nas reuniões da UIT, Ana Eliza Faria e Silva, a proposta levada nas reuniões em Genebra altera a arquitetura básica de middleware do órgão de forma a se assemelhar a estrutura do Ginga e inclui as novas e gratuitas ferramentas em Java. “A conquista do Ginga-J, livre de royalties, pelo Fórum SBTVD, tem sido muito elogiada pelo potencial de ganho em âmbito mundial da tecnologia”, afirma.
Em reconhecimento a contribuição brasileira, o Fórum SBTVD foi agraciado, juntamente com o Japão, com a coordenação do grupo que vai endereçar testes de conformidade e compatibilidade de middleware. A iniciativa faz parte de um esforço prioritário da UIT em apoiar centros de testes em países em desenvolvimento com o objetivo de permitir a fabricação de equipamentos com a certificação da UIT.
Em outubro, a UIT aprovou as recomendações de radiodifusão que agregaram as inovações brasileiras ao ISDBT, padrão de TV digital japonês adotado pelo Brasil. Em maio, a Norma Ginga NCL-LUA (ITU-T H.761) se tornou um dos padrões UIT para a comunicação digital por IP.
Fonte: Tele Síntese