Apesar das difíceis negociações – e da relutância de boa parte dos fabricantes de aparelhos de TV de incorporarem o Ginga como software de interatividade no sistema digital – o Ministério das Comunicações acredita que a partir do próximo ano o mercado começa a recuperar o tempo perdido.
“Tomamos uma decisão de tornar obrigatória a instalação do hardware com o software nos aparelhos receptores. Isso vai ajudar a deslanchar. E estamos começando a discutir com as produtoras de conteúdo, as emissoras. Vai acabar pegando”, lembra o ministro.
“Os fabricantes não queriam colocar. Discutimos com eles praticamente um ano. No fim, não teve acordo. Então, fizemos. Tinha uma briga porque o pessoal queria ter outras soluções, não queria por o Ginga, queria ter software fechado embarcado.”
Sem acordo, o governo baixou novas normas de Processos Produtivos Básicos relacionadas à fabricação de aparelhos de TV, determinando que a partir de 2013 os equipamentos tragam o Ginga (de início, 75% deles; percentual que passa a 90% em 2014.
A dúvida é se o tempo será suficiente para que os brasileiros troquem os televisores até 2016. E ainda há aqueles que adquiriram televisores supostamente compatíveis com o sistema digital, mas que – por conta da disputa lembrada pelo ministro – não contemplam a interatividade.
“Quem já trocou de televisão, não vai fazer igual celular. Quem compra uma televisão vai querer ficar com ela seis, sete anos. Então quem já tem, acho que foi um espaço que perdemos, vai demorar mais. Por outro lado, começando no ano que vem, as pessoas já vão começar a comprar com tecnologia embarcada. Acaba ficando mais atraente para a própria televisão adotar as tecnologias.”
Fonte: Convergência Digital