jun 02

Ginga: Gired decide por caixa popular com Ginga C, mas sem modem embarcado

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O Gired (grupo de implantação da digitalização da TV) decidiu, nesta sexta-feira, 15, por um modelo de conversor de TV digital que será distribuído aos beneficiários do Bolsa Família com interatividade mais limitada. A proposta do aparelho escolhido foi apresentada pela Anatel na busca de consenso entre as demandas do próprio governo, que queria interatividade plena, e dos radiodifusores privados e teles, que fefendiam uma opção mais barata. A proposta técnica da agência se baseia em uma combinação de especificações. Como é uma proposta nova, ainda não há cotação do aparelho. A principal novidade do modelo definido é que ele não terá, de fábrica, um modem para o canal de retorno, mas terá possibilidade de receber esse módulo posteriormente.

A caixinha escolhida, segundo o presidnete do Gired, Rodrigo Zerbone, terá o middleware de interatividade Ginga C, 512 de memória RAM e 2 GB de memória flash, mas não terá conexão bluetooth, WiFi nem modem 3G embutido, mas terá uma portas Ethernet. Haverá duas entradas USB e os drivers para receber um modem externo. A caixa terá uma saída HDMI, outra RCA e uma entrada RF, para conexão com a antena de TV. Os dois fluxos de vídeo, ao invés de serem ambos de MPEG4, serão MPEG4 para o sinal HD e outro em MPEG1, usado para o picture-in-picture das transmissões em Libras (linguagem de sinais). Outra decisão do Gired foi de que a caixinha terá um ano de garantia, mas ainda não há detalhes sobre a logística de manutenção dos equipamentos.

O presidente do Gired afirmou que a proposta da Anatel optou por retirar alguns requisitos defendidos pelo governo que teriam um impacto financeiro muito forte. Mas ressaltou que o modelo escolhido, além de trazer o Ginga C, dá suporte à interatividade plena, sem custar tão caro quanto a versão mais avançada. Ainda assim, diz Zerbone, o valor é acima do cotado para o conversor mais simples.

A cotação e a compra da caixinha ficarão à cargo da EAD. Por essa razão, ainda não é possível saber quantos conversores serão comprados. De acordo com Zerbone, para o municípios de Rio Verde (GO), onde o desligamento do sinal analógico acontecerá no final deste ano, serão necessárias em torno de sete mil caixas.

A decisão saiu depois de um dia inteiro de reunião, que teve início às 10hs e foi concluída às 18hs. Segundo Zerbone, apesar de a proposta ter sido aprovada por todo o grupo, os representantes das teles fizeram uma declaração de voto, considerando a necessidade de o Gired avaliar constantemente a questão orçamentária para evitar a adoção de medidas que extrapolem o orçamento para a limpeza da faixa de 700 MHz, estabelecido em R$ 3,6 bilhões. As operadoras defendem também o acompanhamento técnico das medidas e uma consideração sobre os requisitos das caixas escolhidas, sem contudo mudar o voto do setor.

Além da decisão sobre o modelo do receptor, ficou estabelecido que, no futuro próximo, a EAD fará testes com um conversor com todas as especificações defendidas pelo governo, inclusive com canal de retorno, para avaliar questões técnicas e de custos. “A adoção desse equipamento plus será definida a partir do acompanhamento do orçamento previsto para o processo. Caso não seja possível, os testes servirão para orientar novas políticas públicas para o setor”, disse o presidente do Gired, Rodrigo Zerbone.

Esta semana, o ministro Ricardo Berzoini já havia sinalizado que a configuração da caixinha, apesar de permitir interatividade, teria que seguir as limitações orçamentárias do processo de desligamento. A solução encontrada deixa a porta aberta para ações como a distribuição em separado do módulo com o canal de retorno, mas isso dependerá de viabilização de orçamento.

Fonte: Convergência Digital

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abr 26

Interatividade: A oportunidade do Bolsa Família digital

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Se a presidente Dilma Rousseff precisa de uma bandeira nova, inclusiva, moderna, tem à mão o melhor programa possível, a TV digital, desde que corretamente encaminhado.

No dia 29 de abril próximo o Gired (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV) vai decidir os rumos da faixa de 700 MHz e iniciar a transição para a TV Digital.

Dependendo do modelo que for adotada, ou se manterá o passado suspenso em formol, ou se criarão zonas de exclusão pagas ou se terá um Bolsa Família para atender um dos direitos inalienáveis: o direito à informação.

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Todo o embate se dá em torno do set-top box, a caixinha com o conversor do sinal analógico para o digital. Sem ele, não haverá como assistir TV digital.

O modelo pretendido pelos ativistas digitais é o set-top box com o sistema operacional Ginga e com recursos de interatividade.

O país já gastou R$ 60 milhões em investimentos de Pesquisa e Desenvolvimento do sistema Ginga – um software desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba e pela PUC do Rio e aprovado pela UIT. A grande vantagem do software é permitir e interação entre o usuário e a emissora.

O vergonhoso ex-Ministro das Comunicações Paulo Bernardo segurou o projeto.

A presidente argentina Cristina Kirchner se apropriou do Ginga brasileiro – que é em código aberto -, desenvolveu o Ginga.ar, versão argentina e montou o Argentina Conecta, o maior programa de inclusão digital do mundo.

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Agora, tem-se a oportunidade de retomar.

Por baixo, há dois modelos de negócio em jogo.

As empresas de telefonia defendem o modelo da Smart TV, ligado à tecnologia IP (da Internet). Vencendo, acaba a TV aberta.

Hoje em dia, aliás, Google, Yahoo e Netflix vem comprando pequenas emissoras de TV para explorar a broadcast. O custo de transmissão cai de 39 dólares do cabo para outro de 6 dólares da broadcats -a faixa de ondas da TV aberta.

As emissoras relutam em abrir mão da comodidade do modelo atual, mesmo sabendo que tem os dias contados. Vão se escorar no BV (Bônus de Veiculação) até o fim de seus dias, que promete ser próximo.

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Toda a questão do set-top box gira em torno do público sem acesso à TV a cabo, especialmente das 21 milhões de famílias integrantes do cadastro único – 14 milhões do Bolsa Família e 7 milhões dos demais programas. Elas receberão o set-up box financiado com recursos das teles – dentro do acordo de venda do espaço.

Para as emissoras, interessa o set-up básico, que se limitará a mudar o sinal de analógico para digital, preservando seu modelo em formol.

Para as teles, interessa também o básico, porque fica mais barato e porque bastará um programa amplo de colocar o modem DTH (Direct to Home) – padrão de tecnologia de dados via satélite – para controlarem o mercado e darem adeus para a TV aberta.

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Com o Ginga, os usuários poderão acessar serviços públicos, procurar emprego, ter acesso à marcação de consulta, à sua conta bancária, ao seu cartão social, serem consultados por pesquisas do IBGE, emitir sua opinião sobre temas de interesse público.

Já existem experiências concretas em bairros de Brasília, tocados pela TV Brasil.

A bola está com Dilma e o gol escancarado. Basta chutar.

Fonte: Luis Nassif Online

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abr 15

GINGA: Escanteado na TV aberta, Ginga escreve seu futuro no IPTV

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Ainda sem conquistar as emissoras de televisão no Brasil, o Ginga parece ter um futuro mais promissor em IPTV. Totalmente brasileira, é com o middleware desenvolvido no país a recomendação de interatividade na televisão sobre protocolo de Internet da União Internacional de Telecomunicações (UIT). A primeira recomendação aprovada é de 2009. A mais recente, deste 2015.

“Foi a primeira recomendação sobre interatividade em IPTV e uma vitória muito grande por ser uma recomendação inteiramente brasileira, todas as 112 páginas. Acho que foi a primeira vez que uma tecnologia nacional foi completamente aceita e especificada na UIT”, diz o relator do tema na entidade, Marcelo Moreno.
Doutor em informática pela PUC-RJ, onde participou do desenvolvimento do Ginga-NCL, e hoje professor adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora, Moreno se dedica mais particularmente à interatividade em IPTV desde 2008 dentro da UIT. Nesta sexta, 10/4, contou um pouco desse processo em palestra na Anatel, em Brasília.

Ele acredita que o IPTV tende a se tornar dominante – no lugar das televisões por assinatura atuais – como já começa a acontecer no Japão, onde as conexões de fibra óptica são a regra e quatro empresas disputam um mercado que passa já de 15 milhões de usuários.

“A gente tem uma tecnologia que, querendo ou não, cedo ou tarde estará na casa de todo mundo. Todo mundo vai ter banda larga. Em países como o Brasil isso ainda pode demorar, mas vai ter. E é importante uma padronização. Porque é muito custo ter equipamentos proprietários. E se já está em cima de um protocolo onipresente, vai colocar solução proprietária em cima? Não é racional”, acredita.

No caso do mercado japonês, o detalhe é que das quatro competidoras em IPTV, nenhuma é a provedora de conexões, a detentora das redes – é a mesma para todas, da NTT. Não por menos, a ideia da padronização é de que um usuário possa comprar seu set top box que funciona com qualquer provedor do serviço. No Brasil, porém, os provedores são também as operadoras, donas das redes.

A incorporação do Ginga traz vantagens evidentes. Embora os padrões da Europa e dos EUA também contemplem alguma interatividade, há questões importantes onde a tecnologia brasileira é superior – ou nem existe nos demais – como a sincronização de diferentes mídias: ou a facilidade de o conteúdo ser acessado pela televisão, tablet, smartphone etc e isso ser gerenciado pelo provedor.

Fonte: Convergência Digital

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abr 15

TV Digital: Minicom assegura a canais públicos faixa do VHF alto

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O Ministério das Comunicações publicou nesta segunda, 13, a Portaria 1.581/2015, que dá preferência de ocupação dos canais de VHF alto (174 MHz a 216 MHz), na tecnologia digital, aos quatro canais públicos previstos no Decreto 5.820/2006: Canal da Cidadania, Canal da Educação, Canal da Cultura e Canal do Executivo. A ideia é que, entre os sete canais possíveis de serem utilizados na faixa de VHF alto, seja dada prioridade para os canais públicos, já que hoje em algumas localidades, por conta da venda da faixa de 700 MHz para a banda larga móvel, esses canais ficaram sem espaço.

A portaria não é uma portaria de atribuição, uma vez que esses canais já estão atribuídos à radiodifusão. Nem é uma portaria que permite a digitalização do VHF alto, já que isso também já acontece (no processo de pareamento para permitir o desligamento da TV analógica, a Anatel alocou alguns canais digitais no VHF alto em algumas cidades). O que a portaria faz é criar uma fila. Os canais públicos devem ser atendidos primeiro.

Na faixa de 174 MHz a 216 MHz cabem sete canais de 6 MHz cada. A ideia do governo é assegurar a cada canal publico 6 MHz. O Canal da Cidadania está regulamentado pelo Ministério das Comunicações. O canal do Executivo poderia ser a NBR, já existente na TV paga. O canal da educação está em fase de planejamento pelo Ministério da Educação. Já o canal da Cultura ainda parece distante.

Licitação

O governo poderá ainda licitar, no futuro, os outros canais de VHF alto, caso haja interesse. No caso das cidades com mais de 500 mil habitantes e áreas conurbadas, é necessário haver uma consulta à Anatel, justamente para avaliar se há necessidade de reserva para os canais públicos ou não.

Ainda não se sabe como será o procedimento caso as próprias emissoras comerciais solicitem os canais de VHF alto para as transmissões digitais. Hoje, a Portaria 5.820 estabelece que os canais ocupados para as transmissões analógicas retornam para a União quando se completar a digitalização. Mas não está claro se será possível, mediante licitação, que os radiodifusores comerciais voltem a ocupá-las (devolvendo a faixa de UHF), se haverá algum tipo de direito de preferência nem qual será o valor dessas faixas.

Estudos

No ano passado, o Ministério das Comunicações elaborou estudos para avaliar a viabilidade de ocupação do VHF alto com a TV digital. Os resultados, ainda não divulgados, foram promissores. O que se constatou é que cada um desses canais de 6 MHz permite o carregamento de até sete canais com definição padrão (SD ou cinco com definição padrão e um em alta definição (HD), no modelo de multiprogramação. Portanto, esse espaço no VHF alto poderia comportar até 49 canais com sinais digitais em SD ou 35 canais SD e sete HD. Os resultados finais do estudo ainda não foram divulgados.

O problema da faixa de VHF alto na TV digital é que ainda não existem equipamentos para a recepção móvel. Ou seja, um dos pilares do modelo de TV digital adotado pelo Brasil, que é a mobilidade, poderia ficar comprometido. Mas esse é um problema de mercado, já que as transmissões do 1SEG (segmento das transmissões dedicado à mobilidade) se mostraram possíveis, cabendo apenas ao mercado desenvolver equipamentos de recepção.

Em tese, o VHF alto permite coberturas mais amplas e com maior capacidade de penetração indoor, ainda que seja mais suscetível a interferências do que o UHF.

Fonte: Tela Viva

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abr 09

TV digital: Abert reage e diz que TV paga não garante acesso à TV aberta

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Bateu mal entre as emissoras de televisão a decisão da Anatel de cortar pela metade o universo de domicílios brasileiros que terão “garantida” a recepção da TV Digital. Segundo a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV, Abert, a ideia de retirar os assinantes de TV paga e os lares com antenas parabólicas da conta vai deixar gente sem sinal digital – ou seja, sem televisão.

“Temos uma divergência aí. Entendemos que não pode abater as parabólicas e a TV por assinatura da base porque a regra só permite excluir o que está fora da cobertura, ou seja as zonas rurais, áreas de sombra. TV paga não garante TV aberta. E boa parte das parabólicas também é usada em áreas urbanas, onde a televisão também chega”, diz o presidente da Abert, Daniel Slaviero.

Ele lembra que a maioria dos assinantes de TV paga no país (60%) usam a tecnologia via satélite (DTH). “Para muita gente isso significa não ter canal local, o que tem impacto na programação, na publicidade local. Não dá para considerar isso como parte dos 93% de domicílios que devem ter garantida a recepção do sinal digital de TV”, insiste Slaviero.

A própria Anatel se debruça neste mesmo momento sobre como viabilizar a inserção de canais locais no DTH, o que vai exigir a substituição de equipamentos na casa dos assinantes ao longo dos próximos anos, mas nem o prazo tem consenso entre operadoras de TV paga e a radiodifusão comercial. A Abert acredita, no entanto, que “as divergências serão superadas no Gired.

Nas contas da Abert, cerca de 22 milhões de lares – ou um terço dos domicílios do país – assistem tevê com o uso das parabólicas. Mas só 10 milhões tem as antenas como único recurso. “Cidades médias, com ótimo nível de vida e riqueza no Sul do Brasil, com população entre 50 e 100 mil habitantes, inclusive com boas retransmissoras de televisão aberta, estão repletas de antenas parabólicas”, diz o levantamento da Abert sobre o setor de radiodifusão feito em 2013.

Coordenador do grupo de implementação da digitalização que inclui emissoras e operadoras móveis, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone afirma que pesquisas indicarão o verdadeiro universo para a meta de cobrir 93% dos domicílios com sinal digital de TV. “Quando apagar sinal, quem tem TV por assinatura não será afetado, nem quem recebe por parabólica. Mas vamos fazer uma pesquisa para identificar a situação real das pessoas. Uma pesquisa inicial já começou para avaliar como está para fins de atingimento dos 93%, mas principalmente para ter um foco melhor na estratégia de comunicação e ter um quadro mais realista”, diz Zerbone.

Pelo menos parte dessa estratégia de comunicação preocupa as TVs públicas. “Infelizmente não há nada sobre multiprogramação ou interatividade”, diz a coordenadora da Rede Legislativa de TV e Rádio, Evelin Maciel, da TV Câmara. Um telefone para esclarecimentos – 147 – também já está funcionando. Mas entre as orientações está a compra de antenas UHF externas ou internas. O uso de UHF vai, na prática, excluir canais remanejados para o chamado VHF alto (canais 7 a 13). Além disso, mesmo os testes da Anatel indicam risco maior de interferência com o 4G quando usadas antenas internas.

Fonte: Convergência Digital

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abr 09

TV Digital: Anatel coordena TV Digital aberta para os mais pobres e os mais ricos

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Ficou com a Agência Nacional de Telecomunicações a coordenação do processo de implantação da TV Digital no Brasil. A agência vai definir quão boa será a interatividade na televisão, particularmente aos brasileiros mais pobres. Mas será também responsável pelo ritmo em que as emissoras abertas locais estarão na grade de programação dos mais abastados, que assinam TV paga.

Curiosamente, é uma atuação com impacto nos dois extremos da pirâmide social. De um lado, a Anatel pilota a implementação da TV Digital e vai definir este mês a configuração de 14 milhões de conversores de sinais digitais para televisores analógicos que serão distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família. A depender da configuração, os mais pobres terão ou não a prometida interatividade – além da possibilidade de que a TV seja ferramenta de inclusão digital.

No lado de cima da pirâmide, também virá da Anatel uma decisão com impacto sobre cerca de 12 milhões de acessos de TV por assinatura via satélite, ou DTH no jargão do setor. Nesse caso, também haverá a distribuição – ou substituição – de milhões de set top boxes. Mas aqui, ao contrário da implantação da TV Digital, os interesses das emissoras de televisão e das teles são bem distintos.

A legislação da TV paga (Lei 12.485/11, ou Lei do Seac) tem regras para o carregamento obrigatório de canais abertos, mas criou uma exceção quando o serviço é por tecnologia DTH. Com menor capacidade que o cabo, o serviço por satélite pode optar por não transmitir os canais. Mas a regulamentação determina que caso a escolha seja por incluir alguma das redes nacionais na grade de programação, todas as demais devem igualmente ser incluídas.

Com pelo menos três satélites em operação e capacidade de sobra, a Oi conseguiu incluir no line up nada menos do que 43 operações locais da Globo –mais do que o dobro da Sky e praticamente o triplo do que consegue a Claro TV. Isso é interessante para os assinantes, que acessam conteúdos locais, e para a emissora, visto que preserva na TV paga a publicidade regionalizada.

É tão importante que as outras emissoras abertas resolveram exigir o mesmo, respaldadas pela legislação e pela regulamentação que obriga o carregamento das outras redes nacionais (um conceito criado especialmente para a TV por assinaturas e que inclui 14 grandes radiodifusores). A solução técnica – visto que nem todas as empresas possuem capacidade de sobra – é a adoção de um receptor híbrido, um set top box que capta os canais pagos e abertos.

Mas se a solução técnica já existe, a discussão esbarra no ritmo de substituição dos atuais receptores pelas ‘caixinhas híbridas’. As emissoras de televisão aberta querem a troca em até dois anos nas maiores cidades – e até três anos para as demais. As operadoras de TV por assinatura resistem a se comprometer com prazos menores do que cinco anos.

Com estimativas de custo que variam de R$ 500 mil a R$ 6 bilhões, as operadoras de TV por assinatura preferem uma troca gradual dos equipamentos, à medida em que precisarem ser trocados por conta de defeitos ou melhorias – como a substituição por caixinhas que permitem recepção de canais em alta definição. Nesse processo “natural”, cerca de 8% dos 12 milhões de assinantes via DTH já contam com os receptores híbridos.

O prazo é o principal, mas não o único dilema. A TV por assinatura reclama de uma nova regulamentação do carregamento obrigatório e, especialmente, do risco de terem sua avaliação (pelo regulador) prejudicada com base em transmissão e recepção de sinais fora de sua governança. A caixa híbrida faz tudo parecer o mesmo para os usuários, mas na prática é um receptor de TV paga onde vem acoplada uma antena para captar os sinais da TV aberta terrestre.

Por enquanto, a Anatel vem alimentando uma solução negociada entre as emissoras abertas e as operadoras de TV paga. Não por menos, uma definição não deve vir em menos de um mês – até para dar tempo para que TVs e teles consigam resolver a definição dos conversores para o andar de baixo – o que deve se dar em uma reunião prevista para 29 deste mês.

Fonte: Convergência Digital

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abr 09

TV Digital: Por meta, Anatel exclui lares com parabólicas e TV paga

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A contagem regressiva para a TV Digital no Brasil começa nesta quarta, 8/4, com os primeiros avisos de que os sinais analógicos serão desligados daqui um ano em Brasília – e um pouco antes disso, ainda em novembro, na goiana Rio Verde. E para garantir que o desligamento na data prevista, a Anatel descobriu um atalho para chegar aos 93% de domicílios que precisam ter recepção digital garantida: excluiu um pouco mais da metade dos lares brasileiros da base de cálculo.

“Não é 93% do todo. O foco são cerca de 30 milhões de domicílios. Quem assiste TV por assinatura não vai ser afetado, então sai da base de cálculo. E quem hoje recebe por parabólicas, na Banda C, também, pois não são domicílios com televisão aberta terrestre”, explicou o coordenador do grupo de implementação da digitalização, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone.

Até aqui, o maior desafio da transição é o percentual previsto na Portaria 481/14 do Ministério das Comunicações, que estabelece o cronograma da transição e certas premissas. “É condição para o desligamento da transmissão analógica dos serviços de radiodifusão (…) que, pelo menos, noventa e três por cento dos domicílios do município que acessem o serviço livre, aberto e gratuito por transmissão terrestre, estejam aptos à recepção da televisão digital terrestre”.

Alcançar o patamar foi uma ação complicada em todos os países onde já houve a transição digital. Mesmo nações prósperas, onde a compra de televisores ou conversores não era um problema, como no Japão ou na Alemanha, o calendário de desligamento foi sendo adiado. Não por menos, o governo vem repetindo – e o fez novamente nesta terça-feira – que o mesmo pode acontecer no Brasil.

“A preocupação central é que possamos fazer essa migração até o desligamento total do sinal analógico de maneira segura para que possamos garantir o percentual máximo possível, como objetivo de governo, de pessoas que tenham acesso ao sinal digital e com equipamento para receber o sinal digital. Não podemos fazer um processo de exclusão, tem que ser de inclusão. Deve ser feito de maneira muito criteriosa, inclusive ajustando o cronograma quando necessário”, disse o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.

Dito isso, o trabalho do grupo que reúne teles, emissoras de televisão, governo e Anatel é no sentido de garantir as datas previstas. Afinal, as operadoras de celular pagaram quase R$ 10 bilhões entre outorgas e o custo da migração para usar a faixa de 700 MHz. Mas só terão o espectro de fato depois do desligamento analógico da televisão – em geral, um ano depois do switch off em cada cidade.

Daí, portanto, a fórmula apresentada nesta terça pela Anatel. O país tem cerca de 66 milhões de domicílios. Desses, serão descontados os brasileiros que assistem televisão por assinatura – uns 20 milhões de acessos. Também saem da conta os lares que assistem televisão com antenas parabólicas – cerca de 22 milhões nas contas das próprias emissoras de TV. Dos 24 milhões que restam, 14 milhões, os mais pobres, vão receber conversores e antenas. Os 9,3 milhões de lares (93% dos 10 milhões restantes) serão o alvo das campanhas para que, caso ainda não o tenham feito, que troquem de televisão por uma capaz de receber sinal digital

Fonte: Convergência Digital

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abr 07

Desligamento da TV Analógica: Central de Atendimento e Portal funcionarão para orientar usuários

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A Entidade Administradora da Digitalização – EAD divulgou que a partir do dia 3 de abril, a central de atendimento e o portal na internet estarão funcionando para orientar os usuários em relação as desligamento da TV analógica para a inserção da TV Digital. A central funcionará pelo número 147 e o site será www.vocenatvdigital.com.br.

A EAD é a entidade responsável por cuidar da parte operacional da digitalização e trabalha com as premissas estabelecidas pelo GIRED – Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV. O Grupo tem trabalhado semanalmente para garantir que o processo de desligamento ocorra de forma inteligente e eficaz.

Na reunião realizada nesta quarta-feira, 25, o GIRED entendeu que a melhor maneira de informar em qual canal estará disponível a versão digital, em geradora que transmite mais de um canal, é colocando uma tarja na parte inferior da tela. O Engenheiro da Abratel e membro do GIRED, André Felipe Trindade, reafirma que esta é a melhor opção. “Nós concordamos que a divulgação dos canais digitais (virtuais) em tarja evitará uma poluição na tela, e permitirá que a emissora flexibilize a divulgação de acordo com a quantidade de canais utilizados, em casos que a mesma geradora retransmita para vários canais. Seria inviável, por exemplo, colocar informações de 5 canais diferentes abaixo do logo analógico”, disse.

O Grupo planeja uma coletiva de imprensa para o começo de abril, em Brasília, para esclarecer mais informações sobre esse processo. A confirmação da data será divulgada pela Anatel.

Fonte: Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão

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abr 06

TV Digital: Anatel coordena TV Digital aberta para os mais pobres e os mais ricos

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Ficou com a Agência Nacional de Telecomunicações a coordenação do processo de implantação da TV Digital no Brasil. A agência vai definir quão boa será a interatividade na televisão, particularmente aos brasileiros mais pobres. Mas será também responsável pelo ritmo em que as emissoras abertas locais estarão na grade de programação dos mais abastados, que assinam TV paga.

Curiosamente, é uma atuação com impacto nos dois extremos da pirâmide social. De um lado, a Anatel pilota a implementação da TV Digital e vai definir este mês a configuração de 14 milhões de conversores de sinais digitais para televisores analógicos que serão distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família.A depender da configuração, os mais pobres terão ou não a prometida interatividade – além da possibilidade de que a TV seja ferramenta de inclusão digital.

No lado de cima da pirâmide, também virá da Anatel uma decisão com impacto sobre cerca de 12 milhões de acessos de TV por assinatura via satélite, ou DTH no jargão do setor. Nesse caso, também haverá a distribuição – ou substituição – de milhões de set top boxes. Mas aqui, ao contrário da implantação da TV Digital, os interesses das emissoras de televisão e das teles são bem distintos.

A legislação da TV paga (Lei 12.485/11, ou Lei do Seac) tem regras para o carregamento obrigatório de canais abertos, mas criou uma exceção quando o serviço é por tecnologia DTH. Com menor capacidade que o cabo, o serviço por satélite pode optar por não transmitir os canais. Mas a regulamentação determina que caso a escolha seja por incluir alguma das redes nacionais na grade de programação, todas as demais devem igualmente ser incluídas.

Com pelo menos três satélites em operação e capacidade de sobra, a Oi conseguiu incluir no line up nada menos do que 43 operações locais da Globo –mais do que o dobro da Sky e praticamente o triplo do que consegue a Claro TV. Isso é interessante para os assinantes, que acessam conteúdos locais, e para a emissora, visto que preserva na TV paga a publicidade regionalizada.

É tão importante que as outras emissoras abertas resolveram exigir o mesmo, respaldadas pela legislação e pela regulamentação que obriga o carregamento das outras redes nacionais (um conceito criado especialmente para a TV por assinaturas e que inclui 14 grandes radiodifusores). A solução técnica – visto que nem todas as empresas possuem capacidade de sobra – é a adoção de um receptor híbrido, um set top box que capta os canais pagos e abertos.

Mas se a solução técnica já existe, a discussão esbarra no ritmo de substituição dos atuais receptores pelas ‘caixinhas híbridas’. As emissoras de televisão aberta querem a troca em até dois anos nas maiores cidades – e até três anos para as demais. As operadoras de TV por assinatura resistem a se comprometer com prazos menores do que cinco anos.

Com estimativas de custo que variam de R$ 500 mil a R$ 6 bilhões, as operadoras de TV por assinatura preferem uma troca gradual dos equipamentos, à medida em que precisarem ser trocados por conta de defeitos ou melhorias – como a substituição por caixinhas que permitem recepção de canais em alta definição.  Nesse processo “natural”, cerca de 8% dos 12 milhões de assinantes via DTH já contam com os receptores híbridos.

O prazo é o principal, mas não o único dilema. A TV por assinatura reclama de uma nova regulamentação do carregamento obrigatório e, especialmente, do risco de terem sua avaliação (pelo regulador) prejudicada com base em transmissão e recepção de sinais fora de sua governança. A caixa híbrida faz tudo parecer o mesmo para os usuários, mas na prática é um receptor de TV paga onde vem acoplada uma antena para captar os sinais da TV aberta terrestre.

Por enquanto, a Anatel vem alimentando uma solução negociada entre as emissoras abertas e as operadoras de TV paga. Não por menos, uma definição não deve vir em menos de um mês – até para dar tempo para que TVs e teles consigam resolver a definição dos conversores para o andar de baixo – o que deve se dar em uma reunião prevista para 29 deste mês.

Fonte: Convergência Digital

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mar 27

TV Digital: Teles e TVs comerciais pressionam por conversor mais barato

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Na disputa pelo modelo de televisão digital, oito modelos de conversores serão cotados junto a fornecedores ao longo do próximo mês. Um deles será escolhido por teles, emissoras de TV e governo para ser distribuído a 14 milhões de famílias – e vai indicar na prática o quanto os brasileiros mais pobres conhecerão de interatividade no novo sistema de televisão aberta.

“Partimos da especificação mais básica, que minimamente respeita a Portaria [481/14, do Minicom] e possibilita que o consumidor utilize sem precisar comprar mais nada e vamos até o modelo mais completo de Ginga, passando por vários intermediários”, explica o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone, que presidente o grupo de implementação da digitalização, o Gired.

Por básico, entenda-se um set top box que faz pouco mais que traduzir a transmissão digital de TV mesmo para televisores analógicos. No jargão dos engenheiros de televisão, é a especificação “B” do Fórum Brasileiro de TV Digital. O próprio Zerbone reconhece que ele só garante “uma interatividade limitada”. E de tão básico o modelo a ser cotado não terá canal de retorno.

Podia ser ainda menos. As operadoras móveis trouxeram para a reunião do Gired nesta quarta-feira, 25/03, a tentativa de que fossem cotados mesmo modelos que não atendem nem as especificações mínimas. A ideia era ter o preço mais barato possível, ainda que o conversor não tivesse entrada USB ou mesmo botão de liga/desliga – nem mesmo pilhas no controle remoto.

Na prática, o que se viu no Gired foi uma união de interesses das operadoras móveis e os radiodifusores comerciais. As teles querem que os custos mais baixos, pois são elas que pagam a conta e têm como principal (único até) interesse o desligamento dos sinais analógicos de TV para poderem usar a faixa de 700 MHz para vender 4G.

Já as tevês comerciais, que pouco apostaram na interatividade, também querem um conversor simples. O preço é importante, pois não pode haver risco de faltar dinheiro para os anúncios sobre a migração (que até aqui estão estimados em algo perto de R$ 130 milhões). Mais importante ainda é evitar que a televisão abra uma oportunidade de mercado para as teles, via canal de retorno.

Não por menos a defesa de que os conversores precisam ser mais completos é praticamente limitada à televisão pública,  tanto via TV Brasil, do Executivo, como pelas emissoras do Legislativo, TVs Câmara e Senado. A ideia é que com uso de melhores recursos – leia-se, um Ginga mais robusto – serviços públicos, financeiros, informações, aplicativos em geral, poderão ser acessados pela TV.

Pouco apareceu de custos até aqui. A radiodifusão comercial acredita que o conversor “B” ficará por volta de R$ 70 a unidade. Essa conta, no entanto, parece muito ligada ao interesse de que os conversores não ultrapassem R$ 1 bilhão – dos R$ 3,6 bilhões destinados para a migração. Tampouco há indicações claras de quanto custaria a distribuição aos 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família.

Tudo indica que ao contrário dessa escassez de dados, a próxima reunião do Gired – prevista para 29 de abril – seja mais complicada exatamente pela diversidade de cotações e de interesses. “Será a reunião mais difícil, tanto que já pedi para que reservem na agenda um dia a mais para os representantes ficarem em Brasília”, confessa Rodrigo Zerbone.

Fonte: Convergência Digital

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