jun 03

A inclusão do software Ginga nos conversores fornecidos à população de baixa renda supera a proposta de mera atualização do analógico para o digital e gera uma plataforma de comunicação multimídia

Há muitos anos se fala na necessidade de democratização dos meios de comunicação no Brasil. Os Direitos Humanos (Art. XIX), de 1948, o Pacto de San José da Costa Rica (Art. XIII), de 1969 e o Art. 5, inciso IX de nossa Constituição Federal, de 1988, são em geral invocados para se argumentar em defesa da Liberdade de Expressão, princípio fundamental para o pleno exercício da cidadania em qualquer democracia.

A era analógica da comunicação, no entanto, especialmente no caso do rádio e da televisão, limitou o acesso das pessoas ao espectro radioelétrico por considerá-lo finito, dando primazia a transmissões com maior “qualidade”, confundindo o papel de gestor do Estado com o de proprietário. O resultado deste desvirtuamento foi, historicamente, a criação de dificuldades para permitir o acesso de grupos e pessoas ao campo da comunicação social, notadamente sem fins de lucro, ao invés de garanti-lo.

Partindo da premissa da representação – confirmando uma pretensa limitação técnica –, e não da participação direta de qualquer pessoa ao uso do espectro, a luta pela democratização dos meios se tornou uma bandeira política cujas conquistas podem ser celebradas no que tange aos conteúdos que circulam socialmente, desde emissões comerciais ou de serviços públicos, enfrentando muita resistência no Congresso brasileiro para uma mudança estrutural, que realizasse uma democratização real do acesso à produção, circulação e recepção do discurso social em disputa.

Mas que novo contexto emerge com a digitalização dos meios de comunicação?

A primeira transmissão oficial de TV Digital no Brasil ocorreu em 2 de dezembro de 2007, com um padrão que foi definido após anos de pesquisa, baseado no sistema japonês ISDB-T com modificações nacionais, sendo a principal delas a incorporação do suporte à interatividade através do middleware Ginga.

Mais de 7 anos depois, no dia 15 de maio de 2015, foi decidido pelo grupo responsável pela migração para TV Digital no Brasil, o GIRED (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV), que serão distribuídos aproximadamente 14 milhões de conversores interativos de TV Digital para os inscritos no programa Bolsa Família, de forma que pessoas de baixa renda não fiquem sem o serviço de TV aberta – visto que entre 2016 e 2018 as emissões de TV analógica serão gradualmente desligadas.

O sistema de TV Digital brasileiro, graças ao Ginga, permite a interatividade, o que significa que a emissora pode enviar aplicações interativas ao televisor do telespectador, com conteúdo de vídeo não-linear e interativo, possibilitando que as pessoas, de forma não mais passiva, atuem diretamente sobre a programação. Além disso, caso o televisor ou dispositivo de recepção, como um celular com TV ou um conversor digital, tenha conexão com a Internet, é possível que se possa também enviar e receber informações via rede de Internet, possibilitando a interação com outros teleparticipantes, e não mais meros espectadores, sintonizados no mesmo canal. É o que se chama de TV integrada broadcast/broadband (IBB-TV), onde a convergência da TV com a Internet se faz presente.

Atualmente, existem mais de 15 milhões de aparelhos de TV vendidos com suporte ao Ginga. No entanto, as emissoras de TV brasileiras pouco têm utilizado a interatividade, desperdiçando todo o potencial de inclusão social e de democracia participativa que o Ginga permite. Mesmo quando alguma aplicação interativa é transmitida, somente os sinais de algumas capitais a veiculam, visto que muitas retransmissoras e afiliadas não possuem equipamento para retransmissão e geração de aplicações interativas. Sendo um recurso de baixo custo e acessível, espera-se que, muito em breve, os radiodifusores brasileiros tornem essas potencialidades uma realidade.

A instalação de cerca de 14 milhões de conversores de TV Digital nas casas de famílias de baixa renda irá impulsionar sobremaneira uma adesão massiva aos serviços interativos. Dotadas de conversores digitais, que deveriam ser chamados, na verdade, de centrais de mídia, essas famílias poderão continuar a assistir à programação da TV aberta terrestre (como é o caso dos cadastrados do Bolsa Família), passando a contarem também com as possibilidades que a TV Digital Interativa oferece.

Ausência: WiFi e plano de conexão

A grande ausência, no entanto, na entrega dos conversores, é a falta de um plano para conectar esses receptores à Internet. Os cidadãos contemplados pelo receptor com acesso à Internet poderão se valer da interatividade plena da TV Digital, ou seja, com capacidade de não somente receber conteúdo interativo, mas também de enviá-los. No entanto, a compatibilidade dos conversores com modems 3G/4G sugere que, caso o usuário do conversor opte por ter acesso à Internet, ele terá que comprar o modem e um plano de acesso de alguma operadora de telefonia, o que implica em impeditivos de custeio.

O conversor que será distribuído foi desenhado para garantir que, com uma boa configuração, atenda a um novo perfil de receptores dentro das normas do SBTVD, o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre. Esse novo perfil, com denominação C, está definido em emendas a normas ABNT 15606, que estão em análise pelo Fórum do SBTVD. A proposta do perfil C estabelece 512MB de memória RAM, 2GB de memória para armazenamento de aplicações, e prevê que o receptor tenha suporte à execução de um segundo vídeo, ativado por aplicações interativas, e voltado primordialmente para garantir acessibilidade para deficientes auditivos, com aplicativos utilizando Libras, por exemplo.

Para conectividade, o conversor disporá de uma conexão para cabo de rede, e duas portas USB que deverão suportar modem 3G/4G, e bluetooth, onde poderão se conectar teclados sem fio. Outra grande ausência na configuração do receptor, no entanto, é a falta de conectividade WiFi: dado o avanço de projetos do governo como o Cidades Digitais e o Banda Larga para Todos, não vemos sentido em se deixar o WiFi de fora do conversor, em favor do suporte a modem que se conecta a redes de telefonia 3G/4G, que tradicionalmente oferecem um serviço caro e de baixa qualidade. O Ministério da Comunicações, para ser coerente com os próprios projetos, deveria ao menos exigir a presença dos drivers para adaptadores WiFi USB no conversor, uma tecnologia barata que garantiria o acesso e o compartilhamento de conexão à Internet de forma inteligente.

Outro ponto problemático é a execução de aplicativos Ginga a partir de um pendrive USB. O aplicativo terá permissões extremamente limitadas de acesso: por exemplo, o controle remoto não poderá ser utilizado pela aplicação. Somente aplicativos provenientes de emissoras, que serão assinados digitalmente, poderão ser executados e acessar a todos os recursos do Ginga. Esse fato impede que desenvolvedores independentes possam testar uma aplicação interativa diretamente no Ginga do conversor. Uma possível solução seria o governo apresentar um serviço de assinatura digital para certificação de aplicações independentes, ou que o receptor tenha simplesmente uma opção para desativar a verificação de assinaturas (algo como um tipo de preferência de “Modo Desenvolvedor”).

Notamos ainda que nada vem sendo discutido sobre a conformidade dos receptores de TV Digital com as normas do SBTVD, que definem o Ginga e os perfis de receptor. Para esses 14 milhões de conversores serem utilizados em sua plenitude, eles têm de ser 100% aderente às normas, tanto a do Ginga como a do perfil de receptores, no caso aderente ao perfil C. Atualmente, somente uma empresa é responsável pela maior parte do mercado de middleware no Brasil, e devido à ausência de um procedimento de testes de conformidade de receptor no Brasil, existe um risco muito grande de a empresa ganhadora do edital instalar um Ginga incompleto e com extensões proprietárias, e não padronizadas, tal como uma loja exclusiva de venda de aplicativos. Dentre as formas de se resolver o problema, o Fórum do SBTVD poderia estabelecer uma suíte de testes e procedimentos de conformidade; outra seria o conversor vir somente com software livre, o que permitiria, além de uma ampla auditoria, a possibilidade de evolução do software do conversor por qualquer interessado. O sistema operacional utilizado nas caixinhas conversoras, o Linux, é livre.

Centrais de mídia

A despeito dos pequenos problemas que esses 14 milhões de conversores ainda apresentam para o desenvolvimento de uma interatividade plena, em sintonia com o ambiente convergente e voltado para o exercício do direito humano à comunicação, a presença dessas centrais de mídia na casa das pessoas abre imensas possibilidades aos radiodifusores, sejam eles públicos ou comerciais. Emissoras públicas têm agora a possibilidade de iniciarem, por exemplo, projetos de democracia participativa, enquanto as emissoras comerciais poderão reinventar seus anúncios de modo a envolver a audiência com conteúdos interativos imersivos. Com a entrada de novos canais utilizando até 5 programas em multiprogramação, como o Canal da Cidadania e o Canal da Educação, vários tipos de aplicações interativas poderão ser testadas e implementadas utilizando o espectro, e serem transmitidas livre e gratuitamente pelo ar.

Após mais de 7 anos desde a primeira transmissão digital de TV no Brasil, consideramos que a decisão acertada pelo perfil C de conversores a serem distribuídos para a população de baixa renda representa uma verdadeira reinauguração da TV Digital no país, superando finalmente uma proposta de manutenção de uma configuração de TV Digital que não passava da simples atualização tecnológica da TV analógica. Passando agora a funcionar efetivamente como uma plataforma de comunicação multimídia interativa, tal como estabelecida pelo decreto presidencial que instituiu o SBTVD, a tecnologia digital de TV se apresenta muito mais atrativa para garantir a transição do sistema analógico, e, voltada para o acesso cidadão a serviços básicos de informação, promete ajudar a instaurar uma nova geração de tecnologias socialmente justas e economicamente relevantes.

Uma tamanha abertura pretende impulsionar ao mesmo tempo a inovação, dado o caráter livre das tecnologias envolvidas, sugerindo também uma mudança de comportamento, onde passamos de uma relação tradicionalmente passiva diante do meio televisivo para uma outra, muito mais participativa, integrada, interativa. Agora que isso tudo é possível, o que queremos dessa nova tecnologia para o futuro das novas gerações? Vamos todos, afinal, e para começar, teleparticipar?!

* Rafael Diniz é mestrando em Informática pela PUC-Rio e Thiago Novaes é doutorando em Antropologia Social na Universidade de Brasília

Fonte: FNDC

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jun 02

Interatividade: Interatividade plena na TV Digital custaria mais R$ 15 por conversor

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Nas contas da Empresa Brasil de Comunicação, EBC, falta pouco dinheiro – dentro dos valores destinados à digitalização – para garantir canal de retorno aos conversores que serão distribuídos aos brasileiros mais pobres. Para incluir acesso 3G nos equipamentos, haveria um adicional de R$ 15 em cada um, ou um total de R$ 200 milhões.

“Para que tenha um canal de retorno para que a interatividade possa ser plena, para que tenham acesso à mesma rede de internet que a população mais rica e a classe média terá, ainda estão faltando cerca de R$ 15 por caixinha, ou cerca de R$ 200 milhões. Os recursos existem. Estão depositados em juízo pelas operadoras de telecom, mais de R$ 1,5 bi em uma conta na Caixa Econômica”, diz o presidente da EBC, Nelson Breve.

O valor representa pouco mais de 5% dos R$ 3,6 bilhões de orçamento total da Entidade Administradora da Digitalização, a empresa formada pelas teles móveis para financiar e operacionalizar a distribuição de antenas e conversores aos beneficiários do Bolsa Família, além de contratar a publicidade e a pesquisa que vai medir quantos domicílios têm acesso à TV Digital – a meta mínima é 93%.

Emissoras comerciais e as operadoras móveis, no entanto, resistem a essa ideia. O próprio governo, que prometeu interatividade plena nos conversores, concordou com a escolha de aparelhos que não terão canal de retorno. Em nome de que sobrem recursos para publicidade e pesquisa, e que nada ameace uma transição dentro dos R$ 3,6 bilhões, optou-se por interatividade restrita.

A questão, tratada em audiência realizada nesta terça-feira, 2/6, pelo Senado, teve reação nada surpreendente do presidente da EAD, Antonio Carlos Martelleto. Ele, que praticamente não se pronunciou, o fez para sublinhar que “embora seja um orçamento grande, dependendo do que a gente planejar terá consequência para o objetivo final, que é o desligamento da TV analógica até o final de 2018”.

Não por menos, o grupo de implementação da digitalização, ou Gired, definiu que o conversor dos mais pobres custará cerca de US$ 30, quase R$ 100 hoje. No todo, consumindo pouco mais de um terço do orçamento da EAD. É aí que a EBC calcula que incluir o canal de retorno, via modem 3G, custaria US$ 5 a mais. Levaria o custo dos conversores de algo como R$ 1,3 bilhão para R$ 1,5 bilhão.

Ao dizer que os recursos existem, a EBC remete ao Fundo de Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, previsto na Lei 11.652/08. Não é um tributo adicional, mas a reserva de 5% do que as teles já pagam anualmente de Fistel. Mas ao discordar de financiar a TV pública, lutam na Justiça desde 2009 contra o pagamento – e desde então fazem o depósito em juízo.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

Anatel: Canal de retorno da TV digital terá de ser pago pelo pobre

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O Ministério das Comunicações e a Anatel dizem desejar e defender a interatividade plena na TV Digital, mas ambos chancelaram a opção das operadoras móveis e das emissoras comerciais de dar aos brasileiros mais pobres equipamentos sem canal de retorno, sem conectividade – o que, por óbvio, limita essa mesma interatividade, para dizer o mínimo.

“O governo tem preocupação que não haja duas tevês, uma para os que tem maior poder aquisitivo, outra para os mais pobres. O governo tem a clara noção de que a conquista da TV Digital deve servir a todos”, declarou o secretario de Comunicação Eletrônica do Minicom, Emiliano José, ao participar de debate na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, nesta terça, 2/6, mas não voltou atrás da decisão de cobrar pela interatividade de quem não tem condições de pagar.

A Anatel, que se posiciona como a responsável pela presença do Ginga C na especificação do conversor que será distribuído aos beneficiários do Bolsa Família, é ao menos mais direta sobre o impacto da escolha de um equipamento que tem entradas para cabo ou USB – ou seja, para internet fixa ou móvel – mas não inclui a conectividade em si.

Tem-se, como explicou o conselheiro Rodrigo Zerbone, “uma interatividade de dois níveis, mais restrita, em que o telespectador somente tem acesso àquilo que a própria emissora coloca em sua programação. A interatividade plena depende do canal de retorno, que só pode ser alcançado com alguns serviços de telecomunicações, internet fixa ou móvel”.

Como a preocupação do grupo que reúne teles e tevês é com o orçamento da transição, Zerbone reconhece que a conectividade “foi pensada como questão complementar devido a limitação dos recursos alocados para o projeto”. Como insistiu, “os conversores serão preparados para a possibilidade de receber essa interatividade plena, mas o serviço fixo ou móvel tem que ser adquirido pelo telespectador, ou garantido por programa público ou pelo interesse privado”.

É fato que a migração digital – que envolve distribuição de transmissores às emissoras de TV, receptores (conversores) à população carente, publicidade e pesquisa de cobertura – envolve cifras grandes. O orçamento previsto é de R$ 3,6 bilhões. No entanto, quando os custos são mencionados há um aparente subtexto de que o dinheiro é um presente ou foi tomado à força das operadoras de celular.

Para todos os efeitos, esse valor foi na verdade o desconto no preço dos nacos da faixa de 700 MHz que Vivo, Tim, Claro e Algar adquiriram no ano passado. Trata-se de uma fatia especialmente cobiçada do espectro radioelétrico pois permite maior eficiência à oferta acesso móvel à internet – e a um custo muito inferior de implantação do que a atual faixa usada para o 4G, 2,5 GHz.

Se resta evidente que não interessa a nenhum dos envolvidos que o custo da migração ultrapasse os R$ 3,6 bilhões previstos, vale mencionar que governo e Anatel atuam, na prática, como se esse fosse um teto intransponível. Mas não é isso que previa o edital do leilão da faixa de 700 MHz, regras aceitas pelas operadoras que dele participaram.

Lá está expresso que “caso o repasse de valores se mostre insuficiente para a integral execução das atividades [de migração para o sistema digital] o Gired deverá informar ao Conselho Diretor o montante dos recursos faltantes, que deverão ser aportados pelas proponentes vencedoras, com divisão proporcional dos custos de ressarcimento”.

É certo que ainda existem custos que não estão claramente dimensionados – particularmente as pesquisas que vão medir se cada município atingiu o mínimo necessário de 93% de domicílios aptos a receber a TV Digital. Mas até aqui os números indicam que o conversor escolhido, sem conectividade, vai implicar em desembolso de um terço do orçamento total previsto.

Estimativas da EBC sugerem que incluir modems 3G nesses conversores custaria R$ 200 milhões – levando a conta com esses aparelhos para algo perto de R$ 1,5 bilhão. É um bocado de dinheiro, mas vale a lembrança feita no debate pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA): “A TV digital não veio só para resolver o problema do chuvisco, mas permitir que a televisão possa interagir, não apenas consultando serviços, mas enviar também”.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

TV digital: Emissoras comerciais ainda temem apagão no país

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As emissoras comerciais usaram uma audiência pública promovida pelo Senado Federal nesta terça, 2/6, para alertar que ainda temem um “apagão” da televisão a partir do próximo ano, quando o calendário do desligamento dos sinais analógicos alcança grandes metrópoles do país.

“O que nos preocupa é que mais da metade da população brasileira ainda tem televisão de tubo em casa. E nem as primeiras tevês de tela plana já conseguem captar o sinal digital e precisariam do conversor”, disse o presidente da Abratel (leia-se, Rede Record), Luiz Cláudio Costa.

Como lembra o executivo, embora o processo de migração preveja a distribuição de conversores para até 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família – que, portanto, poderão ter acesso à programação digital mesmo com aparelhos mais antigos – esse esforço ainda deixa muitos brasileiros de fora.

“Tem uma faixa da população que não faz parte do Bolsa família, mas que também não tem condições de trocar sua televisão. Essas famílias não vão ter dinheiro, ou na lista de suas prioridades, não terão condições de comprar um conversor digital ou um televisor”, afirmou Costa.

Nas contas das emissoras, 15 milhões de aparelhos de televisão são vendidos no Brasil a cada ano. Nesse ritmo, uma razoável parcela dos domicílios já está apto a receber os sinais digitais – a penetração dos equipamentos com acesso ao sinal digital passou de 2%, em 2010 e deve chegar a 54,5% até o fim deste ano – cerca de 62,8 milhões de aparelhos.

O diretor-geral da Abert (Globo e SBT), Luis Roberto Antonik, destaca ainda uma fonte adicional de preocupação: o edital da faixa de 700 MHz, que impôs às teles móveis a obrigação de distribuir os conversores e antenas aos mais pobres, não deixa expresso a instalação dos equipamentos.

“O edital não prevê instalação, o que vai exigir uma campanha muito competente para que as pessoas instalem antenas e conversores. E ainda temos um megadesafio de dotar os domicílios de antenas externas, menos suscetíveis às interferências que o LTE 4G provoca na TV Digital no mundo inteiro”, disse Antonik. “Vai ser um stress”, emendou.

As datas de desligamento estão próximas. Depois da cidade goiana de Rio Verde, em novembro deste ano, o calendário prevê o fim das transmissões analógicas em Brasília em abril do próximo ano, seguida de São Paulo, em maio, Belo Horizonte, em junho, Goiânia, em agosto, e Rio de Janeiro, em novembro.

Fonte: Convergência Digital

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Obrigatoriedade: Novo PPB de TV com tela de LCD mantém exigência do Ginga em 90% dos aparelhos fabricados

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O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) alterou o Processo Produtivo Básico (PPB) para fabricação de televisores com telas de LCD. Pela nova norma, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 1º, os aparelhos deverão incorporar a capacidade de recepção de sinais digitais de acordo com as normas técnicas aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T). Em no mínimo 90% das TVs produzidas deverá ser incorporada a capacidade de executar aplicações interativas radiodifundidas, de acordo com as Normas ABNT, tomando-se por base a quantidade total produzida.

Todos os modelos de televisores que disponibilizarem suporte à conectividade IP e que implementem o middleware interativo (Ginga) deverão garantir o acesso das aplicações interativas aos canais de comunicação. O recurso deverá vir instalado, pré-configurado e habilitado de fábrica. Porém, não se exige a interatividade full em todos os aparelhos.

A norma determina também que 20% dos circuitos impressos com funções específicas de processamento central (placas-mãe) terão que ser fabricados no país. Até o ano passado, esse percentual era de 12,5%. Para os demais circuitos impressos que não tenham funções de processamento central, o percentual para este ano é de 25%, tomando-se por base o total de placas utilizadas em todos os modelos de televisores, exceto placas-mãe, no período.

A partir de 1º de janeiro de 2016 25% dos circuitos impressos com funções específicas de processamento central (placas-mãe) terão que ser fabricados no Brasil, tomando-se por base o total de placas-mãe utilizadas em todos os modelos de televisores, no ano-calendário. Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a alteração do PPB é mais um ajuste das condições de mercado.

Fonte: Tela Viva

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jun 02

Set-top-box: Primeiro desafio da EAD é reduzir preço do set-top na configuração definida

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A Entidade Administradora da Digitalização (EAD) do processo de desligamento da TV analógica terá como primeiro desafio fechar o pedido de cotação do set-top box na configuração aprovada pelo governo, num total de 14 milhões de caixinhas, que serão distribuídas aos beneficiárias do programa Bolsa Família. Estima-se que, nas cotações atuais, o preço da caixa na configuração pedida seja em torno de US$ 35 a US$ 36, mas com a perspectiva de que esse valor deva cair para perto de US$ 30, com a compra em escala dividida em 2016, 2017 e 2018.

A caixinha escolhida terá o middleware de interatividade Ginga C, 512 kB de memória RAM e 2 GB de memória flash, não terá conexão bluetooth, WiFi, nem modem 3G embutido, mas tem uma porta ethernet para ser conectada à banda larga fixa, se houver. Haverá duas entradas USB e os drivers adequados para receber um modem externo (dongle) 3G, 4G ou bluetooth. A caixa terá uma saída HDMI, uma RCA e uma entrada RF, para conexão com a antena de TV. Os dois fluxos de vídeo, ao invés de serem ambos de MPEG-4, serão MPEG-4 para o sinal HD e outro em MPEG-1, usado para o picture-in-picture das transmissões em Libras (linguagem de sinais).

Apesar da avaliação de que o preço estimado cabe no orçamento da EAD, de R$ 3,6 bilhões, há um esforço para a redução ao máximo do custo da caixinha. Já a inclusão de serviços interativos de terceiros (como aplicativos OTT embarcados) encontra resistências não só dos radiodifusores como das teles, que não querem que o set-top seja uma porta para a concorrência de serviços já existentes.

Em outra frente, o governo está tentando turbinar o set-top com o modem externo, mas nesse caso a resistência vem de outra fonte: o Ministério da Fazenda. A dificuldade aí é o ajuste fiscal e as limitações orçamentárias. Sabe-se que o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que é diretamente responsável pelos benefícios aos inscritos no Bolsa Família, deseja oferecer outros serviços e até poderia alocar orçamento para o projeto, mas tudo isso depende do cenário de cortes.

Próxima batalha

A próxima grande discussão política envolvendo o Gired (Grupo de Implementação da TV Digital, coordenado pela Anatel) será definir os critérios para os investimentos em publicidade, o que também é parte das obrigações da EAD. Uma das hipóteses é que a veiculação das campanhas de esclarecimento sobre o processo de desligamento da TV analógica aconteça usando a própria TV como mídia, mas há uma discussão latente sobre se essa campanha seria remunerada pela EAD ou se os radiodifusores, como parte diretamente interessada, teriam que arcar com o ônus e ceder espaço para a divulgação gratuita.

Fonte: Tela Viva

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jun 02

TV Digital: Braço operacional da transição da TV Digital, EAD já tem presidente

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A empresa criada por Vivo, Tim, Claro e Algar para operacionalizar o desligamento dos sinais analógicos de televisão – e portanto a transição para a TV Digital – já escolheu seu presidente. Será Antonio Carlos Martelleto, que era diretor executivo da Embratel.

Engenheiro Eletrônico, foi pesquisador no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações da Telebras. Em 1992 passou a atuar no setor de TV paga, passando por Globosat, Unicabo e Vivax. Em 2008 foi para a Embratel onde assumiu a direção de operações de DTH e mais recentemente vinha atuando como diretor executivo de solução e entrega.

A Entidade Administradora da Digitalização, ou simplesmente EAD, foi criada pelas operadoras móveis que adquiriram nacos de 700 MHz em leilão realizado no ano passado. Como previa o edital, elas ratearam os R$ 3,6 bilhões de capital dessa empresa.

A EAD tem como missão divulgar o desligamento analógico e distribuir aos beneficiários do Bolsa Família – cerca de 14 milhões – conversores, antenas e filtros que garantam a recepção dos sinais digitais. Também terá que atuar nos casos de interferência entre o 4G e a TV Digital. E, principalmente, medir se 93% dos domicílios em cada município recebem a TV Digital, patamar mínimo para o desligamento dos sinais analógicos.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

TV Digital: Definida metodologia para medir se cobertura da TV digital atingiu 93%

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A Anatel, as operadoras móveis e as emissoras de televisão definiram nesta quarta-feira, 27/5, a metodologia da pesquisa que vai medir se 93% dos domicílios de cada município estão aptos a receber a TV Digital – margem necessária para autorização do desligamento dos sinais analógicos.

Pela métrica aprovada pelo grupo de implementação da digitalização, Gired, as pesquisas devem começar pelo menos 60 dias antes do prazo previsto para o desligamento, vão ser fortemente baseadas na Pesquisa Nacional por Amostragem do Domicílios (PNAD), do IBGE, terão intervalo de confiança 95% e margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Assim, o desligamento pode se dar com uma cobertura de 90% (ou 96%) dos lares.

Na prática, o grupo espera que haja um número maior de pesquisas relacionadas às três primeiras cidades do cronograma – Rio Verde, em Goiás; Brasília e São Paulo. “A tendência é que tenhamos uma série de pesquisas já a partir do início do segundo semestre relacionadas às três primeiras cidades para ir aperfeiçoando a medição, identificando erros e ir evoluindo”, diz o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone, que preside o Gired.

Ainda não está definido, no entanto, o intervalo mínimo entre uma pesquisa e o desligamento – ou seja, quantos dias antes do fim dos sinais analógicos será feita a última medição. “A qualquer momento se der mais de 93%, não precisa mais fazer. Mas se não alcançou, pode ser até dias antes, mas ainda não definimos esse prazo”, diz Zerbone.

É que as pesquisas precisam ser validadas pelo Gired, que a partir de então autoriza o desligamento analógico. Isso implica em que os representantes das teles e tevês recebam e analisem os resultados da pesquisa e se reúnam para decidir se mantém ou não a data do cronograma – no caso da primeira, Rio Verde, 29 de novembro. “Os radiodifusores também devem ter tempo de saber se vai mesmo desligar ou não”, diz o conselheiro.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

TV Digital: A 10 meses do desligamento analógico, Torre deTV Digital de Brasília tem falhas graves

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A Torre de TV Digital, última obra de Oscar Niemeyer na capital, tem falhas graves, segundo aponta uma fiscalização do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Inaugurada incompleta em 2012, está fechada desde outubro de 2013 e, desde então, o estado da torre parece ter piorado. Detalhe: em Brasília já começou a contagem regressiva para o desligamento dos sinais analógicos de televisão, prevista para 3 de abril de 2016.

Segundo o TCDF, falhas no projeto e na execução da obra causaram danos que podem trazer prejuízo à segurança, à durabilidade e à qualidade da chamada Flor do Cerrado. O projeto não previu a captação e a drenagem das águas pluviais, especialmente nas passarelas de acesso às cúpulas, onde deveriam funcionar um bar e um espaço para exposições.

Iniciada em 2009, ainda sob a gestão do governador José Roberto Arruda – preso durante o mandato por denúncias de corrupção – a obra era prometida para as comemorações dos 50 anos de Brasília, em 2010. Ainda não totalmente pronta, foi inaugurada em 2012, pelo então governador Agnelo Queiroz. O atual governo, de Rodrigo Rollemberg, promete, segundo o TCDF, concluir os reparos em 15 dias.

Na prática, a Torre de TV Digital só teve recebimento provisório pelo governo do Distrito Federal, em maio de 2012. Segundo o Tribunal de Contas do DF, é por isso que o governo local não pode sequer contratar a manutenção da torre, visto que a obra não pertence legalmente ao patrimônio. As construtoras Mendes Júnior e Atrium formaram o consórcio vencedor da licitação que, orçada em R$ 64 milhões, teve aditivos que elevaram o preço a R$ 76,2 milhões – embora R$ 3,5 milhões tenham sido retidos a mando do TCDF.

A fiscalização encontrou ainda indícios de corrosão da estrutura, sinais de oxidação da armadura de aço, trincas grandes na fachada, na cobertura e internamente e fissuras diversas nas rampas e por toda a obra. Foram identificados alagamentos internos, aumentando as infiltrações e dano no sistema de esgotamento sanitário a vácuo e de ar condicionado, em face do indevido escoamento da água para essas tubulações.

Ainda segundo o relatório do Tribunal de Contas, a Torre de TV Digital tem fios expostos, vazamentos, calçadas de acesso remendadas, grandes rachaduras no piso, significativas imperfeições no acabamento de pintura em diversos locais, defeitos graves no acabamento dos banheiros, sistema de alarme de incêndio desligado por falta de sensores, que foram furtados, entre outros.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

TV digital: campanha de desligamento do analógico começa em São Paulo

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Os moradores da cidade de São Paulo e de 27 municípios que ainda assistem às programações de TV aberta pelo sistema analógico começam nesta quinta-feira, 21/05, a serem alertados sobre o fim desse tipo de transmissão a partir de 15 de maio de 2016.

A campanha é obrigatória para os radiodifusores e foi estabelecida em portaria do Ministério das Comunicações. O objetivo é preparar a população para as recepções pelo formato digital , que tem melhor qualidade de imagem e som, além de outras vantagens, como suporte à recepção móvel, multiprogramação e interatividade. A ação já está em andamento em Rio Verde (GO) e na região do Distrito Federal.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em alguns períodos, os telespectadores verão em sua tela a letra A, símbolo da televisão analógica, que depois ganhará as demais letras formando a palavra Analógico. Uma tarja exibida logo abaixo, informará sobre a necessidade de se adaptar um conversor de TV digital aos aparelhos antigos para continuar assistindo as programações.

O aviso indicará também a opção de troca do aparelho por uma TV digital, lembrando que pode ser necessário o uso de uma antena apropriada, preferencialmente externa. Os alertas deverão ser mais frequentes à medida em que for se aproximando o término da trasmissão analógica. A Anatel lembra que a maioria dos modelos mais novos de TV, de tela fina (plasma, LCD e LED, por exemplo), já é entregue ao consumidor com um conversor digital integrado. “Mas é recomendável consultar o manual do produto para ter certeza”, alerta o órgão.

Mais informações poderão ser obtidas no site www.vocenatvdigital.com.br ou pelo telefone 147. As ligações são gratuitas. Em ambos os casos, o atendimento será feito por funcionários da Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (EAD).

O desligamento do sinal analógico da TV aberta acabará, gradualmente, em 2018. Em 2016, o cronograma inclui o Distrito Federal e as cidades próximas, em abril; as regiões metropolitanas de São Paulo, em maio; Belo Horizonte, em junho; Goiânia, em agosto, e Rio de Janeiro, em novembro.

A operação para implantar o novo sistema, bem como o 4G LTE, é coordenada pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired) – presidido por um conselheiro diretor da Anatel, com a participação do Ministério das Comunicações e das empresas de telecomunicações envolvidas.

Fonte: Convergência Digital

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