A Entidade Administradora da Digitalização (EAD) começa a distribuir, nesta terça-feira, 19, os conversores para as famílias do município goiano de Rio Verde inscritas no Cadastro Único dos programas sociais do governo (CadÚnico). Ao todo, poderão ser beneficiadas 17 mil famílias, o que representa 38% dos 45 mil domicílios que recebem a programação da TV aberta terrestre na cidade. “Acredito que não ficará nenhuma pessoa de baixa renda desatendida”, avalia o diretor-executivo da entidade, Antonio Carlos Martelleto.
A autorização para distribuição da caixinha saiu em portaria do Ministério das Comunicações, assinada na quinta-feira passada. No dia seguinte, a EAD já teve acesso ao CadÚnico e começou o agendamento para distribuição do equipamento no sábado. O conversor foi comprado ainda em dezembro, assim que o Gired – grupo de implementação da digitalização da TV – aprovou a medida. O modelo escolhido para atender aos novos beneficiários vem com controle remoto, interface USB, saídas de áudio e vídeo via RF (ou seja, sem sinal digital) e saída de vídeo composto, sem inclusão do middleware da interatividade Ginga C, que compõe a caixinha distribuída para o Bolsa Família.
O conversor simples foi adotado de forma a caber no orçamento da EAD, afirma Martelleto. Ele disse que a experiência em Rio Verde pode ser replicada em outras cidades, caso seja bem sucedida. O objetivo é contribuir para que se atinja a meta de 93% dos domicílios aptos a receberem a programação digital, para que o desligamento do sinal analógico seja autorizado. Na data inicial do switch-off no município goiano, em 30 de novembro, apenas em torno de 70% dos lares estavam preparados para a recepção digital.
Segundo Martelleto, na reunião do Gired desta quarta-feira, 20, será definido o dia para aferição do novo número de domicílios com capacidade para a TV digital, levando em conta que a nova data de desligamento é 15 de fevereiro. Ele lembra que o calendário está apertado por causa do Carnaval, que acontece no início do próximo mês.
O diretor-executivo da EAD disse também que, em novembro, canais importantes, como Record e Band, não estavam digitalizados em Rio Verde. Isso só veio a acontecer em dezembro. Para Martelleto, a nova situação trará novo estímulo para que os moradores do município se disponham a buscar a digitalização da sua TV.
Cronograma
A decisão de incluir os beneficiários do CadÚnico também poderá facilitar a aprovação da proposta dos radiodifusores para o novo cronograma da TV digital, de desligar o sinal analógico apenas nas cidades onde não há espaço para o funcionamento do sinal digital junto com o analógico, na parte baixa da frequência de 700 MHz. A parte alta da faixa terá que ser entregue às teles até dezembro de 2018.
Essa proposta, que ainda está em discussão no Gired, pode definir o switch-off em torno de 100 clusters – a cidade principal, geralmente as grandes capitais, e as cidades da região metropolitana, que interferem na transmissão da TV. “Isso daria mais de mil cidades”, prevê Martelleto.
Brasília, por exemplo, que será desligada em outubro deste ano, será acompanhada de mais nove municípios dos estados de Goiás e Minas Gerais, que compõem a região do entorno. Em São Paulo, o número de cidades adjacentes passa de 50.
Segundo Martelleto, se essa proposta for aprovada, o custo da distribuição de conversores para o CadÚnico praticamente equivale ao da distribuição para os beneficiários do Bolsa Família em todas as cidades brasileiras. Mas desde que a caixinha simples seja adotada para as demais pessoas inscritas.
O conversor com interatividade ficaria restrito aos beneficiários do Bolsa Família. Essa decisão, porém, depende ainda da aceitação pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que aprovou o equipamento mais simples apenas para Rio Verde.
Fonte: Tela Viva