A três meses do desligamento dos sinais analógicos em Rio Verde, cidade goiana que é a primeira no cronograma de transição para a TV Digital, é imensa a distância da meta de 93% dos domicílios aptos a receberem os sinais digitais. Pior do que isso, a incerteza é tão grande sobre quão grande ela é que a própria forma de medir a preparação da cidade terá que ser repensada.
Contratado para fazer as pesquisas, o Ibope foi à campo desde o fim de julho e respondeu que entre 24% e 53% dos cerca de 55 mil lares da cidade de 200 mil habitantes tem condições de continuar assistindo televisão aberta depois do desligamento, previsto para 29 de novembro.
Na prática, a margem de erro é tão grande que será impossível atestar na véspera daquela data que 93% dos domicílios estão preparados. Afinal, qualquer erro acima de sete pontos percentuais já inviabiliza a segurança de prosseguir com o desligamento dos sinais analógicos.
A discrepância está diretamente ligada à incerteza sobre essa preparação. Até aqui a metodologia evitou que os entrevistadores entrem na casa das pessoas e tenta compensar isso com questionamentos cruzados: Tem TV paga? Tem essa ou aquela operadora? Quando assiste a novela aparece o A de Analógico? Etc.
Como resultado, o questionário é grande e leva mais de dez minutos para ser respondido. Apesar disso, por não entrarem nas residências para verificar se efetivamente há sinal digital disponível e os meios para captá-los, as dúvidas permanecem em boa parte das respostas. Por isso a decisão por repensar o questionário.
Fonte: Convergência Digital