Embora a TV Digital no Brasil ainda precise enfrentar barreiras mais ligadas ao campo tecnológico – como a massificação de conversores, embutidos ou em set top boxes – é na produção de conteúdo, especialmente, o interativo, que reside a maior preocupação de quem acompanha a transição para o novo sistema.
“A discussão da TV Digital ficou na engenharia e não foi para a comunicação. Temos medo, e não só no Brasil, mas na América Latina de modo geral, de um apagão de conteúdo”, afirma Cosette Castro, coordenadora do grupo de trabalho sobre Conteúdo da TV Digital.
Por isso, Castro, que é também professora do programa de pós-graduação em TV Digital da Unesp, defende investimentos em pesquisas multidisciplinares, patrocinadas pelos fundos ligados à Ciência e Tecnologia do país. “Precisamos de projetos conjuntos”, sustenta.
Ou, como também defende o professor Luiz Fernando Soares, coordenador do Laboratório Telemídia da PUC-RJ e conhecido como o “pai do Ginga”, impulso a mais criatividade no desenvolvimento de aplicações interativas.
“As aplicações ainda são muito fraquinhas. Elas estão sendo desenvolvidas por engenheiros. E engenheiros, como eu, sabem fazer softwares. Falta criatividade para sairmos da mesmice”, assume Soares.
A ideia é que a produção de conteúdos audiovisuais digitais seja considerada como área estratégica para o país. E apesar do período de relativa estagnação nas políticas de TV Digital, a retomada do esforço [leia matéria] também conta com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia.
“Temos um acerto com a Secretaria de Políticas de Informática, do MCT, de que vamos continuar investindo em pesquisas na TV Digital”, afirmou o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. Na quinta-feira, 12/5, uma reunião da Casa Civil, com o Minicom e a Sepin começou a traçar novas estratégias para o setor.
Fonte: Convergência Digital – Cobertura Consegi 2011