jan 30

TV DIGITAL: O GINGA NÃO MORREU. ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA

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O GINGA NÃO MORREU. ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA

Estamos avançando. Pouco a pouco, Mas estamos seguindo em direção a disseminação do Ginga C como padrão para os receptores da TV Digital voltados para os públicos de baixa renda.

Com a subida expressiva do dólar, os custos de toda a operação da migração da TV Digital subiram na mesma proporção. Assim, valores que estavam previstos na relação de 1 dolar para 2.3 reais em 2014, chegaram, agora a patamares superiores a 4 dolares

Novamente, durante a virada do ano, vimos renascer a perspectiva de se substituir a caixa conversora do Bolsa Familia por outra básica, sem valor agregado algum, sem aplicativos embarcados, portanto, sem serviços públicos oferecidos gratuitamente ao público, Um conversor conhecido como Zapper.

E o discurso é: – “vamos aumentar a cobertura da TV Digital no País com a oferta de 17 milhões da caixinhas e não mais de 14 milhões como projetado pelo edital do MiniCom de 2014”.

Mais aí há uma questão a ser esclarecida.

Na verdade, a composição destes 17 milhões sugeridos agora inclui caixinhas para o Bolsa Familia com Ginga C para 5.800 milhoes de familias. Éste é o número de familias inscritas no programa dentre a população das cidades previstas no cronograma divulgado de migração da TV Digital até 2018. E soma-se a estas, 12 milhões de Zappers, sem Ginga, com a inclusão dos beneficiários do Cadastro Único , que reúne dos todas famílas inscritas em programas públicos do Governo Federal.

Ou seja, não está se falando mais do Bolsa Familia somente. Até porque, o grande contingente populacional do Bolsa familia está fora deste cronograma de 2018, nas , aproximadamente, 4.400 cidades com menos de 50 mil habitantes que reunem cerca de 9.500 milhões de familias.

Os recursos gestados pela EAD, empresa responsável pela compra destes dispositivos de recepção de TV Digital, passaram a ser voltados apenas para as cidades com mais de 100 mil habitangtes até 2018.

Deste modo, não há planos para a digitalização das 4.400 cidades do interior brasileiro, claro, o publico mais carente em todos os sentidos e que desperta menos interesse econômico.

Vendo esta situação de instalação de uma proposta que submete a população sem Internet domicilar ( cerca de 48% das familias ) a estar privada igualmente de uma caixinha conversora de TV Digital que oferta do uso serviços públicos (como marcar consultas no SUS, realizar matricular escolares, fazer pagamentos e movimentações bancárias, pagar impostos, ver extratos no INSS e FGTS, acessar bolsa de empregos em tempo real e muito mais) , em casa , pela tela TV e de modo gratuito, a EBC resolveu reagir.
Trouxemos em janeiro de 2016 da CES,feira estadunidense de tecnologia, a proposta de empresas que, mantendo as facilidades inseridas na caixinha conversora com Ginga C, apresentassem preço mais baixo. E paralisamos, por assim dizer, a decisão que estava desenhada e descrita acima com conversores Zapper .

Estamos agora viabilizansdo um teste em Brasilia este mes, com esta caixinhas intermediárias, mais baratas para verificar se estas rodam os aplicativos nela embarcados e se fazem as atualizações previstas. Com isso, manteremos, com certeza, a oferta dos aplicativos pela TV Digital aberta e gratuita e seu consequente programa de inclusão digital pela TV Digital, com custos que cabem dentro do orçamento da EAD..

Mas não é só isso. Temos que lutar, apresentando projetos viáveis e soluções concretas, a inclusão das 4.400 cidades do interior dentro do programa de migração digital até 2023. Vamos conseguir.

E assim, vamos deixar bem claro, O Ginga não morreu e nunca morrerá!

CUMPRIRÁ O PAPEL PREVISTO PELO SAUDOSO E QUERIDO PROF. LUIZ FERNANDO SOARES DA PUC-RIO, FALECIDO EM 2015, CRIADOR DO GINGA. DE SER O MAIS PODEROSO INSTRUMENTO TECNOLÓGICO DE INCLUSÃO DIGITAL SEJA PELA INTERNET BANDA LARGA, SEJA PELA TV DIGITAL ABERTA E GRATUITA.

Fonte: ABFDigital

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jan 30

TV Digital: A morte do Ginga na TV digital

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Software brasileiro que permite interatividade ficará de fora dos conversores distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família na maior parte do país

Ao contrário do que o senso comum indica, o sucesso de uma tecnologia não está ligado apenas a questões meramente técnicas. E mesmo a definição do que são os aspectos técnicos está inserida em um contexto mais amplo, que envolve questões sociais, culturais, políticas e econômicas. Ao fim e ao cabo, é o conjunto dessas interações que triunfa ou fracassa.

Esta breve reflexão é necessária para justificar porque o middleware Ginga (uma espécie de sistema operacional para TVs interativas), desenvolvido no Brasil e com código-fonte aberto, parece ter fracassado de maneira definitiva. Caso tivesse obtido sucesso, o Brasil teria não apenas uma tecnologia capaz de converter a TV em um instrumento de inclusão digital como também uma poderosa alavanca para mover a incipiente produção brasileira de softwares.

Em 2006, o Decreto 5.820, que definiu a adoção de um suposto sistema “nipo-brasileiro” para a digitalização de nossa TV aberta, na prática adotou um pacote tecnológico japonês (conhecido pela sigla ISDB-T) combinado com o uso do middleware (software) brasileiro Ginga, responsável pela interatividade do novo modelo. Mas, enquanto a adoção do ISDB-T ocorreu como previsto, a inclusão do Ginga e dos mecanismos para garantir a interatividade no sistema digital acabou sendo postergada.

Recentemente, como mostrou este blog na época, o grupo criado por representantes do governo e do empresariado para acompanhar o processo de digitalização da TV no Brasil (chamado GIRED – Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV) decidiu que os conversores que serão distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família não virão com modems.

A interatividade, como se sabe, precisa de um canal de retorno do usuário, e o caminho para isso é a internet. Corretamente, o governo tomou a decisão de distribuir 14 milhões de conversores para os beneficiários do Bolsa Família. Trata de um usuário de baixa renda, que provavelmente não tem computador em casa, e que poderia, inclusive, usar a TV como ferramenta de inclusão digital. Porém, sem o modem no conversor, caso este cidadão consiga ter acesso a um provedor de banda larga para conectar sua TV interativa, agora também terá que comprar e instalar um modem em sua TV.

Vale lembrar que, para o cidadão que possui um computador e acesso à Internet, a TV interativa se torna pouco ou nada necessária. A interatividade na TV faz muito mais sentido para o cidadão de baixa renda. Mas, sem uma conexão de banda larga que possa tornar a TV interativa de verdade e sem o modem no conversor, esse usuário fica limitado apenas a receber informações, sem poder interagir de fato.

Agora, em 2016, não satisfeitos com a distribuição de conversores sem modem, os membros do GIRED acabam de aprovar uma nova resolução, motivada pelo atraso no processo de desligamento da TV analógica, determinando que apenas os beneficiários do Bolsa Família que vivem nos 1000 maiores municípios brasileiros receberão conversores com Ginga. Ou seja, a imensa maioria da população mais pobre, aquela que mora nos mais de 4.500 municípios restantes, receberá somente um conversor de sinal da programação digital, sem qualquer software que permita a interatividade – mantendo a televisão exatamente como ela sempre foi, apenas com uma melhoria na qualidade do sinal.

De quem é a culpa

Em parte, a falência do Ginga como tecnologia brasileira para a interatividade na TV digital se deve à falta de competência do Estado brasileiro para implementar uma política industrial que viabilizasse a sua adoção. O assunto sempre ficou nas mãos de pessoas sem a experiência e o poder necessários para articular o conjunto de instâncias dentro da máquina estatal para responder a um desafio dessa magnitude.

Mas, não foi apenas a falta de expertise dos gestores envolvidos que determinou a morte do Ginga. Na verdade, o middleware brasileiro foi apanhado por uma tempestade perfeita, formada por um conjunto de fatores.

Um deles foi a recusa dos radiodifusores em adotar a interatividade na TV aberta. A publicidade de lançamento do Ginga previa sua adoção como ferramenta de interatividade colada à programação de TV. Assim, o espectador poderia clicar num produto anunciado e fazer a compra online ou, por exemplo, ter acesso a estatísticas de uma partida de futebol.

Mas para os radiodifusores, capitaneados pela Globo, a interatividade sempre foi associada ao aumento de custos e, principalmente, à evasão de audiência. Com a interatividade, o espectador poderia ter acesso a outros conteúdos e se afastar da programação normal das emissoras, diminuindo sua audiência e, portanto, o faturamento em publicidade. Assim, com seu enorme poder político junto ao governo, os radiodifusores retardaram ao máximo a adoção do Ginga no sistema digital e a TV interativa perdeu mais um estímulo para a sua adoção.

Os fabricantes de aparelhos de TV também não viam com bons olhos o software brasileiro. Mas, ao contrário dos radiodifusores, o que os fabricantes de TVs querem é implantar a interatividade, só que por meio de aparelhos que ficaram conhecidos como smart TVs. Ou seja, querem vender a interatividade para os consumidores, mas não por meio de aparelhos de TV que tenham um software de código-fonte aberto instalado. Para empresas como Samsung, LG e Sony, a TV interativa só faz sentido se for controlada por elas próprias, através de seus próprios sistemas operacionais, que definam quais aplicativos de interatividade podem ou não ser instalados. Para essas empresas, as TVs interativas são uma nova fonte de recursos, que o Ginga poderia desestabilizar.

Por conta disso, depois de atender a sucessivos pedidos dos fabricantes para adiar a adoção do Ginga nessas TVs, o governo definiu, somente em 2013, que 75% dos aparelhos fabricados no Brasil teriam que vir com o Ginga instalado, dispensando a necessidade do uso de conversores. Até o ano passado, 10% dos aparelhos fabricados seguiram dispensados dessa obrigação.

Outra dificuldade enfrentada pelo Ginga foi a pequena quantidade de aplicativos desenvolvidos para o sistema. Todos sabemos que, para além das características técnicas, é a quantidade e a qualidade de aplicativos que determina o sucesso de um sistema operacional. Porém, passados quase dez anos do Decreto presidencial que introduziu a TV digital aberta no Brasil, o Ginga teve apenas a experiência-piloto do “Brasil 4D”, que se destinava a prover acesso a informações de saúde, educação e outros temas de utilidade pública por meio dos conversores da TV digital. Foi o projeto do Brasil 4D que garantiu a inclusão, no planejamento do governo, da entrega dos conversores aos beneficiários do Bolsa Família, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social. Porém, como dito, apenas uma parte deles agora poderá usufruir do sistema.

Por fim, caso quisesse, o governo poderia ter definido uma política de digitalização para a TV a cabo que também incluísse o Ginga. Essa iniciativa teria duas vantagens. Primeiro, a implantação do Ginga começaria pelos consumidores de maior renda, como em geral acontece com as tecnologias bem-sucedidas. São esses usuários que estão dispostos a pagar mais caro pelo acesso às novas tecnologias e que começam a criar a escala necessária para o seu barateamento. Em segundo lugar, operações de TV a cabo já possuem naturalmente o canal de retorno necessário para a interatividade e seria possível iniciar a produção de aplicativos realmente interativos. Porém, a opção do governo foi prever o uso do Ginga apenas na TV aberta.

Outras limitações à TV interativa

Uma limitação da TV interativa, que vai além do Ginga, é seu caráter de tela coletiva, em geral para toda a família, colocada de forma privilegiada nas salas das residências. Ao contrário de PCs, notebooks, tablets e smartphones, que são utilizados por um único usuário, as TVs interativas não permitem uma condição de interatividade com privacidade. Assim, aplicativos como banco eletrônico e redes sociais, que chegaram a ser pensados para as TVs interativas, teriam enormes dificuldades de serem adotados.

Talvez por isso, mesmo nas modernas smart TVs, a interatividade acabou restrita ao consumo de aplicativos de vídeo por demanda, como a Netflix. E, embora haja uma quantidade razoável de outros aplicativos que podem ser instalados nas TVs, sua utilização é desprezível, seja no Brasil ou em outros países.

Por conta desse conjunto de fatores, é possível concluir que a janela de oportunidade para a adoção do Ginga na TV aberta brasileira já está fechada. Os esforços necessários para reabri-la seriam politicamente enormes e há que se questionar se ainda são válidos diante do necessário esforço para garantir a universalização do acesso à Internet.

Infelizmente, parece ser forçoso reconhecer que a TV aberta no Brasil, após digitalizada, seguirá sendo a mesma que foi ao longo das últimas décadas. Os mesmos poucos canais, com a mesma baixíssima qualidade de programação e sem interatividade. Caberá à população se contentar com as mesmas imagens de sempre, só que em alta definição.

Fonte: FNDC

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jan 30

TV Digital: Você tem Ginga?

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Não, este não é um artigo sobre futebol ou carnaval. Ginga, no caso, com G maiúsculo, aponta para o jogo de cintura de pesquisadores brasileiros da TV digital. Requisitados pelo Governo brasileiro, eles desenvolveram um meddleware de interatividade para a televisão digital terrestre, aquela cujo sinal não vem por cabo ou por satélite.

O Brasil, que adotou o padrão japonês de TV digital e que lhe acrescentou a interatividade do Ginga, acabou criando um novo padrão, ideal para países mais pobres, onde a televisão é predominantemente aberta, de recepção gratuita. O modelo nipobrasileiro, aplaudido no mundo, é seguido por um número cada vez maior de governos, sobretudo na América do Sul.

Com o Ginga, o mundo pobre dá um drible desconcertante no imperialismo transnacional e samba diante da ameaça de mais exclusão digital. Menos o Brasil. O Governo brasileiro ainda não efetivou o meddleware

da interatividade, tampouco definiu as especificações da caixa conversora, que recepcionará o sinal digital, quando o sistema analógico for desligado.

O Ginga, previsto inicialmente para integrar o conversor a ser distribuído gratuitamente aos 14 milhões de titulares do Bolsa Família, está sendo deixado de lado, num retrocesso às conquistas do movimento pelo direito à comunicação e pela inclusão digital. Empresários de comunicação e de telefonia preferem a distribuição de um zapper, um mero sintonizador.

Numa terceira via, está em teste um conversor pobrinho, chamado de “light”, sem as gorduras que fazem rodar muitos dos aplicativos de interatividade, como nos países mais ricos, como na TV dos mais ricos. Esta caixinha seria apenas para os inscritos no Cadastro Único, das cidades com mais de 100 mil habitantes. Grandes populações de municípios do Norte e do Nordeste estariam excluídas.

Uma Carta Aberta foi enviada à presidente Dilma Rousseff, pedindo que o Governo mantenha decisões anteriores e mantenha o Ginga pleno e a caixa conversora para o Bolsa Família. O Observatório Latino-Americano da Indústria de Conteúdos Digitais e a Associação do Pós-graduandos da UnB e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé estão entre as entidades que assinam o manifesto.

A sociedade precisa se apropriar deste tema e se posicionar diante de um governo que pisa na bola frente aos interesses privados. E que desafina no samba enredo da inclusão digital, que é também uma inclusão social e política.

Fonte: O Povo

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jan 25

Alerta: Pai do Ginga alertou sobre ameaças à TV Digital brasileira

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Em entrevista ao jornal Engenheiro, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Luiz Fernando Gomes Soares externou sua preocupação com pressão do mercado.

Semanas antes de morrer, o engenheiro eletricista Luiz Fernando Gomes Soares, professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), e idealizador do Ginga, middleware que uniu tecnologia japonesa para TV digital com interatividade genuinamente brasileira, expressou preocupação com o lobby dos fabricantes dos conversores para a mídia digital, que há algum tempo vêm pressionando pelo barateamento do equipamento.

“As empresas pensam somente em ganhar dinheiro e fazem pressão para isso. Cabe ao governo ceder às pressões ou não. Para o fabricante do conversor, incluir o Ginga representa um custo. Assim, para garantir o mínimo de investimento, vão pressionar por um perfil mais simples”, declarou Gomes Soares em entrevista concedida, por Skype, ao Jornal Engenheiro, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), em 27 de julho.

Já naquela ocasião, havia rumores de que a promessa de distribuir os conversores, digitais com o sistema Ginga integrado, às 14 milhões de famílias beneficiadas pelo programa social Bolsa Família, no desligamento da TV analógica (também conhecido como switch-off), estava ameaçada.

O Ginga é resultado de investimento público da ordem de R$ 60 milhões, envolvendo 1500 pesquisadores de todo o País, em diversas instituições de pesquisa, universidades e indústria. Atualmente, é adotado por 17 países da América Latina e da África. É ele que proporciona ao sistema de TV Digital brasileiro uma dinâmica de participação inédita, a partir da produção de vídeos e aplicações interativas, que são enviadas ao televisor do telespectador, com conteúdos não-lineares, possibilitando que o mesmo interaja com os conteúdos, a partir de uma conexão com a internet. É o que se chama de TV integrada broadcast/broadband (IBB-TV), onde a convergência da TV com a Internet se faz presente.

O único aplicativo desenvolvido até agora que prevê interação é o Brasil 4D, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que oferece serviços de governo eletrônico como marcação de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS), acesso a benefícios do INSS e até serviços de busca de emprego. No entanto sem o Ginga, e sem conexão com a internet, apesar da interação remota garantida, haverá comprometimento do projeto Brasil 4D.

O impasse sobre a fabricação dos conversores digitais acabou gerando atraso no cronograma de desligamento da TV analógica, que vinha sendo anunciado para ter início em novembro de 2015. Na quarta-feira (20/1), o Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que coordena a transição da TV digital, decidiu, por consenso, adiar o cronograma de desligamento da TV analógica de 2018 para 2023.

Até 2018, somente grandes cidades onde há mercado de TV digital e de banda larga haverá o desligamento – isso inclui todo o estado de São Paulo e todo o Rio de Janeiro, além de uma parte dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. De acordo com sites especializados do setor, ficou decidido que nessas cidades haverá mais distribuição do conversor de TV digital, com capacidade para receber os aplicativos do governo.

Cidades menos povoadas também serão desligadas até 2018, mas a lista completa só será decidida após análise da expansão efetiva da TV digital. Porém, a maior parte dos 5.600 municípios do País só terão sinal digital exclusivo em 2023. Também ficou acertado que neste ano somente Brasília terá sua TV analógica desligada. A nova proposta, implicará no engajamento de todo o governo, pois demandará novo decreto presidencial e novas portarias ministeriais.

No entanto, o ponto mais discordante, a mudança do Ginga, ficou para ser decidido em outra reunião ainda sem data anunciada. Já estava definido, entretanto, que os conversores não teriam moden integrado para acessar a internet. Ou seja, a população terá que adquirir no mercado.

Carta da sociedade civil
Um grupo de entidades ligadas à democratização das comunicações enviou, recentemente, uma carta à presidente Dilma Rousseff, em de para que seja revertida a decisão, anunciada pelo Gired, de distribuir conversores de TV digital sem a interatividade plena. Na carta, as organizações alertam que a decisão do grupo em oferecer um conversor apenas com zapper, com capacidade de recepção do sinal digital, “significa que mais da metade da população brasileira que não têm acesso à banda larga fixa nem móvel permanecerá excluída, sem acesso às tecnologias de comunicação e informação.”

De acordo com o documento, a distribuição de conversores diferentes para a população de baixa renda levará o País a um retrocesso e ampliação de divisões sociais: “Serão dois Brasis? Um que usufrui dos benefícios da inclusão digital e o outro, interiorano, pobre, desconectado, carente de acesso às políticas e serviços públicos?”. A carta é assinada por Nação Hip Hop Brasil, APG-UNB – Associação de pós graduandos da UNB, OLAICD – Escritório Sul (Observatório Latino-americano da Indústria de Conteúdos Digitais), Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Nova proposta
O superintendente executivo de relacionamento institucional da EBC, André Barbosa, apresentou alternativa intermediária de modelo de conversor para TV Digital com objetivo de tentar salvar a interatividade do sistema Ginga. A proposta foi apresentada em reunião do Gired, na quarta, sendo uma opção mais econômica para os fabricantes, que têm pressionado o governo a reduzir as especificidades do conversor.

Ele conversou com fabricantes e reconheceu que as especificações da caixinha aprovada pelo Gired – distribuída pelos beneficiários do Bolsa Família em Rio Verde, cidade escolhida para realizar o primeiro desligamento do sinal analógico em todo Brasil – ficou muito cara após a disparada do dólar, mas argumenta que o equipamento sem interatividade não atende aos objetivos do governo de levar seus programas e serviços por meio de aplicativos, que seriam acessados por meio da interatividade. A interatividade é especialmente demandada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) que supervisiona as políticas públicas voltadas à população de baixa renda, registrada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

O superintendente da EBC explica que, com a alta do dólar, a ‘caixinha’ com o Ginga aprovada chegou ao preço de R$ 160, o que dificulta fechar as contas para os recursos destinados para a compra, em torno de R$ 1 bilhão dos R$ 3,6 bilhões pagos pelas teles, que compraram a frequência de 700 MHz, para a limpeza da faixa. O novo modelo proposto pela EBC, que vem com o que chama de “Ginga light”, ficaria em torno de R$ 100.

Barbosa alerta sobre uma a em análise no Gired, que prevê a distribuição da caixinha interativa aos integrantes do Bolsa Família somente para cidades com mais de 100 mil habitantes. Nas demais cidades, seria distribuído o conversor simples, com capacidade somente de receber áudio e vídeo.Ou seja, somente cerca de cinco milhões de unidades teriam interatividade, o que prejudicaria enormemente a maioria das famílias de baixa renda, que perderia a oportunidade de acesso à internet por meio desses aparelhos.

“Se não houver pressão dos produtores de conteúdo lançando aplicações interativas que demandem um ginga ágil e completo, e sem por outro lado, também não houver incentivo do Estado, vamos continuar com um interatividade pobre, como as apresentadas atualmente”, previu Luiz Fernando Soares, que morreu vítima de um infarto, no dia 8 de setembro de 2015, no Rio, onde morava – leia entrevista completa no jornal da FNE aqui; e saiba mais na página 4 da edição 478 do Jornal do Engenheiro aqui.

Fonte: CNTU

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jan 25

Switch-off: Sai novo cronograma de desligamento da TV. DF este ano. Capital paulista e capital carioca em 2017

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O Ministério das Comunicações publicou hoje, 25, o novo cronograma de desligamento da TV analógica, seguindo o que foi acordado entre as operadoras de telecomunicações e as emissoras de TV na semana passada, e estabelecendo que este ano, só haverá duas cidades a serem desligadas: a de Rio Verde, em Goiás, cuja iniciativa foi adiada para 15 de fevereiro; e Brasília, com o switch off marcado para outubro deste ano.

A portaria só estabelece o cronograma para até 2018, respeitando, assim, a atual política da TV digital, pois o acordo firmado entre os diferentes setores, com o apoio da Anatel, é que será necessário um adiamento do calendário, para até 2023, para permitir que, nas cidades escolhidas para ser feito o desligamento nos próximos três anos a distribuição dos conversores digitais atinja um maior número de pessoas. Um novo decreto presidencial deve definir o o adiamento.

Os set top boxes serão comprados pelas operadoras de celular, como contrapartida à aquisição da frequência de 700 MHz, que está sendo desocupada pelas emissoras de TV analógica justamente para que possa ser ocupada pelo serviço de telefonia móvel. As empresas destinaram R$ 3,5 bilhões para comprar esses equipamentos, além de pagar aos radiodifusores para “limparem” as faixas. Com o aumento do dólar, esses equipamentos encareceram e a economia brasileira, em crise, também dificulta as pessoas de baixa renda comprarem suas caixinhas, por a decisão de reduzir o número de cidades a serem contempladas com o desligamento dos sinais analógicos em três anos.

Nos próximos três anos, então, só serão desligadas as TVs nas cidades onde há interesse de mercado das operadoras de celular e onde o espectro está efetivamente congestionado. Nas demais cidades, poderá haver um simples remanejamento de canais para a oferta da banda larga móvel, até que os sinais de TV sejam totalmente desligados e as frequências desocupadas e devolvidas para a União.

A seguir o novo Cronograma:

2016

15/02/2016 Rio Verde/GO

26/10/2016 Brasília/DF, Águas Lindas de Goiás/GO* ,Cidade Ocidental/GO*, Cristalina/GO* ,Formosa/GO*, Luziânia/GO*, Novo Gama/GO*, Planaltina/GO*,Santo Antônio do Descoberto/GO*, Valparaíso de Goiás/GO

2017

29/03/2017 São Paulo/SP

31/05/2017 Goiânia/GO

26/07/2017 Belo Horizonte/MG, Fortaleza/CE , Juazeiro do Norte/CE , Sobral/CE

Recife/PE, Salvador/BA

27/09/2017 Campinas/SP , Franca/SP , Ribeirão Preto/SP, Santos/SP, Vale do Paraíba/SP

25/10/2017 Rio de Janeiro/RJ, Vi t ó r i a / E S

2018

31/01/2018 Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Porto Alegre/Rs

28/03/2018 Bauru/SP, Presidente Prudente/SP, São José do Rio Preto/SP, São Luís/MA

30/05/2018 B e l é m / PA, João Pessoa/PB, Maceió/AL, Manaus/AM, Te r e s i n a / PI, Aracaju/SE, Natal/RN

2 8 / 11 / 2 0 1 8 Boa Vista/RR, Campo Grande/MS, Cuiabá/MT, Macapá/AP, Palmas / TO, Paraná (Oeste do Estado), Porto Velho/RO, Rio Branco/AC, Rio de Janeiro (interior), Rio Grande do Sul (Sul do Estado), São Paulo (interior)

05/12/2018 Blumenau/SC, Jaraguá do Sul/SC, Joinville/SC, Campina Grande/PB, Dourados/MS, Caruaru/PE, Petrolina/PE, Rondonópolis/MT, Feira de Santana/BA, Vitória da Conquista/BA, Governador Valadares/MG, Juiz de Fora/MG, Uberaba/MG, Uberlândia/MG, Imperatriz/MA, M a r a b á / PA, Mossoró/RN, Parnaíba/PI, Santa Maria/RS.

Segundo a assessoria, o ” Ministério das Comunicações vai publicar em outras portarias a relação dos demais municípios afetados pela transição para o sinal digital”.

Fonte: FNDC

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jan 20

Receptor: Não há decisão ainda sobre conversor com Ginga para além do bolsa família

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TV sem ginga nãoO conselheiro da Anatel e responsável pela condução do GIRED, grupo de implementação da TV Digital, Rodrigo Zerbone, assegura que nunca esteve na pauta da reunião desta quarta-feira, 20/01, decidir se os conversores que serão distribuídos para as famílias de baixa renda que não estão inseridas no programa Bolsa Família. De acordo com Zerbone, ficou estabelecido que o uso do Ginga C, midleware de interatividade brasileiro, com todos os seus recursos estão mantidos para o público do Bolsa Família.

“Caso o cronograma sugerido pelo GIRED ao Ministério das Comunicações venha a ser aprovado, vamos ter que rever a distribuição. O número de conversores vai diminuir nessa primeira etapa, já que reduzimos o escopo para parte do país, mas atesto: todos os conversores para os beneficiários do Bolsa Família vão ter o Ginga C”, disse Zerbone.

Com relação às demais famílias- que podem ser a do grupo do Cadastro Único – será feita uma avaliação e não está descartado o conversor com o Ginga C. “Vamos estudar todas as possibilidades”, garantiu o conselheiro da Anatel. Segundo ele, na reunião desta quarta-feira, 20/01, a EBC sugeriu a apresentação de um orçamento que possa atender tanto os beneficiários do Bolsa Família como do Cadastro Único, assegurando o Ginga C.

A discussão sobre os conversores com Ginga C ou não deverá estar, porém, na pauta da próxima reunião – prevista para o dia 12 de fevereiro. “A análise técnica e financeira precisa ser feita e isso demandará mais tempo”, afirma Zerbone. Ainda que não esteja na pauta da próxima reunião, o conselheiro da Anatel admite que o tema é sensível e precisa ser resolvido o quanto antes, por conta da pressão do próprio cronograma de migração para a TV Digital

Fonte: Convergência Digital

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jan 20

TV Digital: Teles e TVs propõem ao Minicom adiar o desligamento do sinal analógico para 2018

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Antena de transmissãoAs TVs, as Teles e o GIRED chegaram a um consenso e estão propondo ao Governo o adiamento do desligamento do sinal analógico para 2018, nas capitais e regiões metropolitanas, onde há a necessidade efetiva de ‘limpeza’ da faixa de 700MHz. Nas demais cidades, o cronograma prevê o escalonamento do switch off até 2023.

A decisão final sobre o novo cronograma é do Ministério das Comunicações – que já receberá nesta quarta-feira, 20/01, um documento com os principais pontos da reunião realizada pelo Gired, grupo responsável pela implementação da TV Digital no Brasil. Depois do exemplo de Rio Verde – onde se constatou que não era possível fazer o desligamento do sinal analógico, uma vez que boa parcela da população mais pobre corria o risco real da ‘tela preta’, ou seja, de ficar sem acesso à TV – houve, enfim, um consenso entre as partes – leia-se radiodifusores e teles – para se apresentar um novo cronograma ao governo.

O conselheiro Rodrigo Zerbone, que lidera o GIRED, diz que Rio Verde serviu para mostrar que boa parte das famílias de baixa renda da cidade não migrou por falta de recursos para comprar um conversor ou uma nova TV. “Essas famílias não estão no grupo da Bolsa Família e não receberiam os conversores gratuitos. Percebemos a necessidade de ampliar a capacidade de distribuição para essas famílias que poderiam estar no cadastro único e que têm renda familiar de até três salários mínimos ou meio salário mínimo per capita”, explica.

Zerbone informa ainda que como a maior parte do interior do Brasil não tem o sinal digital implementado e, especialmente, não há perspectiva de essa migração acontecer por conta da situação econômica dos radiodifusores e do próprio momento do país, se chegou a um consenso que adiar o cronograma era a melhor alternativa. A proposta, agora, é desligar o sinal analógico de todas as capitais brasileiras e respectivas regiões metropolitanas, o estado de São Paulo inteiro, o estado do Rio de Janeiro inteiro, parte do interior do Rio Grande do Sul e parte do interior do Paraná até 2018.

“Nessas cidades – cerca de 1000 – o espectro está efetivamente carregado e é preciso fazer a limpeza da faixa de 700 Mhz para a operação do 4G das teles móveis. A ideia é concentrar nossos esforços nesses próximos dois anos nessas localidades para a distribuição também dos conversores dentro dos recursos existentes. Brasília foi sugerida como um piloto para um teste efetivo”, acrescentou Zerbone.

No restante do país, garantiu o conselheiro da Anatel, ou a faixa de 700 Mhz já está liberada ou é possível fazer um remanejamento. “Nas demais localidades, a TV digital, a TV analógica e o 4G poderão conviver sem problema algum”. O consenso fechado na reunião desta quarta-feira, 20, entre radiodifusores e teles foi relevante, mas Zerbone ressalta que toda e qualquer mudança só acontecerá se o ministério das Comunicações der o seu aval.

“É uma decisão do ministério. Nós estamos sugerindo, mas o ministério tem toda a liberdade para dar a palavra final. É bom também lembrar que a postergação até 2023 dependerá de alteração em Decreto Presidencial”, completou. A próxima reunião do GIRED está prevista para o dia 12 de fevereiro

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jan 20

Smartphone: Governo muda regra de fabricação de smartphone com TV digital e Ginga

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smartphone tvdMDIC e MCTI publicam novas regras de fabricação de celular com TV digital, que diminui vantagem competitiva para o Ginga nacional. E hoje também está sendo realizada a primeira reunião do grupo que conduz a transição da TV digital, o Gired, e que poderia chegar a um acordo. Mas esse acordo são será simples, tendo em vista que esqueceram de combinar com o governo a melhor estratégia. A decisão de ampliar a distribuição do conversor sem o Ginga para todas as famílias do Bolsa Família, e não apenas os beneficiários, está restrita à cidade de Rio Verde, conforme explicitou a portaria do Ministério das Comunicações. Mas a proposta das teles e dos radiodifusores seria ampliar essa solução nas cidades onde houvesse o desligamento dos sinais de TV. E isso o governo não quer. Mas se até os ministérios encarregados de proteger a produção local já flexibilizaram as regras, porque os agentes envolvidos com a compra e disseminação dos sinais de TV digital e da banda larga não podem caminhar para uma solução mais light?

Os ministérios do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicaram hoje, 20, portarias que modificam regras do processo de produção dos celulares, principalmente o que se refere aos smartphones e à cota de produção de TV digital e ao software nacional, o Ginga, reduzindo a sua importância.

As novas portarias, de número 14º e 15º, que valem para a produção na Zona Franca de Manaus e para o restante do país, modificam alguns itens da Portaria 324 de 31/12/2014, principalmente no que se refere à TV digital, e a tecnologia nacional nos aparelhos de celular.

Conforme as regras já acordadas com a indústria, desde o ano passado, 15% dos smartphones teriam que sair das fábricas com capacidade para receber os sinais de TV digital. Este ano devem ser 20% dos aparelhos, e a partir de 2017, 40% dos aparelhos devem ter capacidade de receber o sinal terrestre brasileiro. Esses percentuais não mudam.

Mas havia também uma regra anterior que admitia que, para cada celular que trouxesse um Ginga, o software nacional embarcado, a colocação da tecnologia nacional representaria um multiplicador de 2 em 2015, de 1,2 em 2016 e de 1 a partir de 2017.

A nova norma muda esse critério e estabelece que os celulares que incorporarem o Ginga serão contabilizados em dobro, diminuindo, assim, as vantagens para a tecnologia nacional em relação à regra anterior. Além disso, foi acrescentado um artigo novo que estabelece:

Cada “telefone celular do tipo smartphone com módulo ou componente semicondutor dedicado de alta integração e desempenho” produzido de acordo com o seu respectivo PPB, poderá ser contabilizado no cumprimento da obrigação de fabricação de telefones celulares com capacidade de recepção de sinais de TV Digital, na mesma proporção dos aparelhos que incorporem o middleware Ginga.” Ou seja, outra tecnologia, que não a nacional, também terá preferência no tratamento da política de fabricação brasileira.

A regra anterior admitia também exceções a esse processo de fabricação que deveria ser “pago” com mais investimentos em pesquisa em desenvolvimento pela empresa, e agora houve também mudança nessas exceções.

Gired

É interessante que essas portarias sejam publicadas justamente hoje, 20, quando está sendo realizada a primeira reunião do ano do grupo que conduz a transição da TV digital, o Gired, e que poderia chegar a um acordo sobre o processo de desligamento dos sinais da TV analógica. Mas esse acordo são será simples, tendo em vista que esqueceram de combinar com o governo a melhor estratégia.

A decisão de ampliar a distribuição do conversor sem o Ginga para todas as residências do Bolsa Família, e não as famílias beneficiárias, está restrita à cidade de Rio Verde, conforme explicitou a portaria do Ministério das Comunicações. Mas a proposta das teles e dos radiodifusores seria ampliar essa solução para as cidades onde houvesse o desligamento dos sinais de TV. E isso é que o governo não quer. Mas se até os ministérios encarregados de proteger a produção local já flexibilizaram as regras, porque os agentes envolvidos com as compras e disseminação dos sinais de TV digital e da banda larga não podem caminhar para uma solução mais light? A conferir.

Fonte: FNDC

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jan 19

GINGA: TV digital no Brasil se faz com Ginga!!!

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Carta aberta à Presidenta Dilma

 

TV sem ginga não

O middleware Ginga, que garante a interatividade plena na TV digital, é resultado de investimento público da ordem de 60 milhões que envolveu 1500 pesquisadores de todo o país em instituições de pesquisa, universidades e indústria, para desenvolvimento de um modelo que atendesse às necessidades brasileiras. Adotado  por 17 países da América Latina e da África, o Ginga diferencia o padrão brasileiro de TV digital (ISDB-Tb) dos demais padrões existentes.

Estabelecido pelo Decreto 5820/2006, o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) determinou, dentre seus objetivos, que a TV digital brasileira deve: promover a inclusão social e a diversidade cultural do País de acordo com a política do Ministério da Cultura e com o MEC, nas políticas de ampliação do EAD por meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação; estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias brasileiras, da indústria nacional e da economia criativa, possibilitando o desenvolvimento de inúmeros serviços decorrentes da tecnologia digital; incentivar a indústria regional e local na produção de instrumentos e serviços digitais.

O modelo brasileiro é inovador, convergente, inclusivo e promove o desenvolvimento da indústria nacional.  Todavia, desde sua criação, tem sofrido sucessivos boicotes contrários à sua efetiva implantação no país.
Tanto a radiodifusão comercial como as operadoras de telefonia móvel não tem demonstrado interesse na oferta da interatividade gratuita pela TV. Uma porque ainda não encontrou um modelo de negócio no qual obtenha novas receitas; outra porque não quer concorrência no streaming ou VOD que a TVDi pode oferecer de graça.
A iniciativa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) com o projeto Brasil 4D, que ofereceu  informações e serviços públicos pela TV digital para comunidades carentes de João Pessoa/PB (2012)  e Samambaia/DF (2014), comprovou a eficácia do modelo brasileiro para a inclusão sociodigital. Como conseqüência, o governo determinou, por meio da Portaria 481/2014, a distribuição gratuita de conversores digitais interativos para todos os beneficiários do Bolsa Família; decisão especificada pelo GIRED, grupo responsável pelas diretrizes operacionais da migração digital, coordenado pela Anatel, em 15 de maio de 2015.

Entretanto, a recente indicação do GIRED de autorizar a distribuição de 12 milhões de conversores digitais sem interatividade para os cidadãos de baixa renda, inscritos no Cadastro Único, residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes, tenta colocar de lado os rumos da política pública de interatividade para a TV digital aberta, decidida pelo governo brasileiro.

Querem oferecer um conversor apenas com zapper, com capacidade de recepção do sinal digital, porém sem a capacidade de rodar os aplicativos interativos com informações e serviços públicos, como a busca de emprego em tempo real, o acesso a filmes nacionais sob demanda, dentre inúmeros conteúdos que podem ser acessados pela TV digital interativa.

Isso significa que mais da metade da população brasileira que não têm acesso à banda larga fixa nem móvel permanecerá excluída, sem acesso às tecnologias de comunicação e informação. O beneficiário do Bolsa Família poderá acessar uma série de conteúdos e serviços públicos interativos gratuitos, mas o seu vizinho do Cadastro Único encontrará apenas a programação normal das emissoras abertas, sem nenhuma interatividade, sem nenhum valor agregado. Para entrar no mundo digital e convergente, ele terá de pagar internet ou TV a cabo.
Ao invés de alavancar o modelo brasileiro de TV digital, vamos retroceder e ampliar as divisões sociais que tentamos combater?

Este modelo de receptor com zapper não permite a atualização pelo ar, tornando sem efeito todo o investimento e trabalho realizados até o momento. Nenhuma herança será deixada à população, apenas um equipamento que se tornará obsoleto em curtíssimo prazo.

Serão dois Brasis? Um que usufrui dos benefícios da inclusão digital e o outro, interiorano, pobre, desconectado, carente de acesso às políticas e serviços públicos?.

Manter a decisão original (distribuir o receptor com Ginga para 14 milhões de famílias do Bolsa Família), significará dar condições para um mercado industrial que levará para o varejo conversores similares para um público consumidor potencial que ainda possui TVs de tubo ou planas, mas com recepção analógica, os quais poderão adquirir  um conversor digital com Ginga C, sem precisar comprar um novo aparelho de TV para acessar o sinal digital.

É possível garantir a interatividade dos conversores digitais a um custo menor do que os R$ 160,00 que a EAD (entidade privada executora do processo de migração da TV digital) pagou por cada um dos 1,2 milhões de receptores com Ginga C adquiridos até o momento. Existe boa vontade da indústria em desenvolver um conversor com Ginga C mais barato.

Presidenta, a senhora, que participou de todo o processo de definição do modelo de TV digital brasileiro, e que agora tem a oportunidade de colocá-lo em prática, sabe que a efetiva implantação da interatividade na TV digital brasileira, aberta e gratuita, poderá impulsionar enormemente a inclusão social e digital no país.

O que já está publicado sobre o assunto.

 

TV digital no Brasil se faz com Ginga !

jan 19

Switch-off: EAD começa a distribuir conversor aos beneficiários do CadÚnico em Rio Verde

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TV sem ginga nãoA Entidade Administradora da Digitalização (EAD) começa a distribuir, nesta terça-feira, 19, os conversores para as famílias do município goiano de Rio Verde inscritas no Cadastro Único dos programas sociais do governo (CadÚnico). Ao todo, poderão ser beneficiadas 17 mil famílias, o que representa 38% dos 45 mil domicílios que recebem a programação da TV aberta terrestre na cidade. “Acredito que não ficará nenhuma pessoa de baixa renda desatendida”, avalia o diretor-executivo da entidade, Antonio Carlos Martelleto.

A autorização para distribuição da caixinha saiu em portaria do Ministério das Comunicações, assinada na quinta-feira passada. No dia seguinte, a EAD já teve acesso ao CadÚnico e começou o agendamento para distribuição do equipamento no sábado. O conversor foi comprado ainda em dezembro, assim que o Gired – grupo de implementação da digitalização da TV – aprovou a medida. O modelo escolhido para atender aos novos beneficiários vem com controle remoto, interface USB, saídas de áudio e vídeo via RF (ou seja, sem sinal digital) e saída de vídeo composto, sem inclusão do middleware da interatividade Ginga C, que compõe a caixinha distribuída para o Bolsa Família.

O conversor simples foi adotado de forma a caber no orçamento da EAD, afirma Martelleto. Ele disse que a experiência em Rio Verde pode ser replicada em outras cidades, caso seja bem sucedida. O objetivo é contribuir para que se atinja a meta de 93% dos domicílios aptos a receberem a programação digital, para que o desligamento do sinal analógico seja autorizado. Na data inicial do switch-off no município goiano, em 30 de novembro, apenas em torno de 70% dos lares estavam preparados para a recepção digital.

Segundo Martelleto, na reunião do Gired desta quarta-feira, 20, será definido o dia para aferição do novo número de domicílios com capacidade para a TV digital, levando em conta que a nova data de desligamento é 15 de fevereiro. Ele lembra que o calendário está apertado por causa do Carnaval, que acontece no início do próximo mês.

O diretor-executivo da EAD disse também que, em novembro, canais importantes, como Record e Band, não estavam digitalizados em Rio Verde. Isso só veio a acontecer em dezembro. Para Martelleto, a nova situação trará novo estímulo para que os moradores do município se disponham a buscar a digitalização da sua TV.

Cronograma

A decisão de incluir os beneficiários do CadÚnico também poderá facilitar a aprovação da proposta dos radiodifusores para o novo cronograma da TV digital, de desligar o sinal analógico apenas nas cidades onde não há espaço para o funcionamento do sinal digital junto com o analógico, na parte baixa da frequência de 700 MHz. A parte alta da faixa terá que ser entregue às teles até dezembro de 2018.

Essa proposta, que ainda está em discussão no Gired, pode definir o switch-off em torno de 100 clusters – a cidade principal, geralmente as grandes capitais, e as cidades da região metropolitana, que interferem na transmissão da TV. “Isso daria mais de mil cidades”, prevê Martelleto.

Brasília, por exemplo, que será desligada em outubro deste ano, será acompanhada de mais nove municípios dos estados de Goiás e Minas Gerais, que compõem a região do entorno. Em São Paulo, o número de cidades adjacentes passa de 50.

Segundo Martelleto, se essa proposta for aprovada, o custo da distribuição de conversores para o CadÚnico praticamente equivale ao da distribuição para os beneficiários do Bolsa Família em todas as cidades brasileiras. Mas desde que a caixinha simples seja adotada para as demais pessoas inscritas.

O conversor com interatividade ficaria restrito aos beneficiários do Bolsa Família. Essa decisão, porém, depende ainda da aceitação pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que aprovou o equipamento mais simples apenas para Rio Verde.

Fonte: Tela Viva

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