A possibilidade de problemas com royalties atrasou o lançamento da interatividade na TV digital. O GEM, usado no middleware Ginga para garantir a interoperabilidade com os middlewares usados nos padrões estrangeiros, não apresenta garantias de que realmente seja livre. Foi o que explicou o engenheiro Paulo Henrique Castro, coordenador de normalização do Fórum do SBTVD, no SET e Trinta, evento dos engenheiros brasileiros que acontece dentro da NAB. Para evitar eventuais problemas de royalties, o Fórum vem trabalhando em conjunto com a Sun para desenvolver algo semelhante baseado na linguagem de programação Java, usada também no desenvolvimento do GEM. Segundo Paulo Henrique Castro, isso garantirá que o sistema seja aberto.
A expectativa é que a versão final do middleware brasileiro esteja pronta em maio ou junho deste ano, e deverá chamar-se Ginga-J.
Padrão global
Vale destacar, o GEM é a base do MHP, adotado pelo padrão de TV digital europeu DVB. Contudo, o MHP não foi adotado em toda a Europa e, recentemente, a EBU recomendou a não-adoção do middleware. Para a entidade, o padrão é robusto, mas o custo dos royalties é muito alto.
No evento em Las Vegas, o presidente o Fórum do SBTVD, Roberto Franco, foi visto com dirigentes do DVB (que usa o padrão MHP) e da EBU (European Broadcasting Union), negociando a interoperabilidade entre o middleware do MHP e do SBTVD.
Entre os brasileiros já há a espectativa de que o Ginga-J possa conquistar novos mercados.
Ao encerrar os trabalhos do SET e Trinta, Roberto Franco afirmou que o país, que sempre foi um seguidor de tecnologias, pode se tornar um propositor. “O acordo com a Sun permite criar um padrão aberto e livre (veja aqui o acordo)”, disse em seu discurso.
Fonte: Tela Viva