Apontadas como as maiores prejudicadas com as mudanças na faixa de 700 MHz, as emissoras públicas admitem a “derrota”, mas insistem que o edital que entregará a frequência às operadoras móveis deve prever uma compensação essencial: a implantação do operador nacional de rede.
“Já estamos ‘desapropriados’. É um fato consumado. Para compensar esses anos todos que vamos ficar fora do espectro em locais importantes, que o setor privado construa nosso operador nacional da rede. É o mínimo para compensar”, defende o presidente da Empresa Brasil de Comunicação, EBC, Nelson Breve.
Esse ‘operador único’ representa, na prática, a implantação de uma infraestrutura comum em todo o país que atenda as emissoras públicas – a própria EBC, os canais do Legislativo e do Judiciário, etc. Significa o grande compartilhamento de uma rede nacional.
A tarefa já foi calculada desde os projetos iniciais desse operador único – coisa que já passa de cinco anos. É algo próximo de R$ 2,8 bilhões, o que inclui os equipamentos em si – cerca de R$ 500 milhões – e 20 anos de operação desse sistema. O plano, que já teve idas e vindas no governo, segue à espera.
A Anatel, no entanto, não se mostrou muito animada com o pedido. Segundo frisou o superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação, Marconi Maya, durante a mesma audiência pública em que foi feito o apelo, “o operador único não é uma política prevista para a Anatel”.
“A gente debateu muito. Fomos vencidos. Achávamos que o espectro deveria ser preservado, até porque ainda não sabemos o papel que a TV digital pode vir a ter. E temos que pensar que se não tiver politica para o set top box chegar às pessoas, elas não vão ter dinheiro para ter acesso à TV digital”, ressaltou Breve.
Fonte: Convergência Digital