Embora insista que “a grande maioria” dos problemas de convivência entre 4G e TV Digital serão superados, a Anatel acabou por admitir nesta segunda-feira, 19/5, que as interferências acabarão por forçar uma escolha: assistir televisão ou usar o celular 4G.“
Para uplink em antena interna com booster é um problema. Eventualmente, o telespectador vai ter que escolher: ou vai usar celular, ou vai usar a televisão. Nesse ponto teria uma tela preta, ou uma tela azul, dependendo da televisão”, afirmou Agostinho Linhares, um dos coordenadores dos testes de interferência feitos pela Anatel. Seria um caso extremo, segundo ele. Mas o problema é real.
A agência resiste em atrelar os problemas com antena interna ao 4G por entender que a recepção da TV Digital por esses equipamentos já é problemática per se. Mas como reiteram os engenheiros ligados às emissoras de televisão, as antenas internas são efetivamente uma forma muito disseminada no país de recepção do sinais.
De fato, indicadores de pesquisas feitas pelo Ibope indicam que o uso das antenas internas varia bastante. Cerca de um cada quatro domicílios em São Paulo se vale exclusivamente dessas antenas para sintonizar os canais. Mas o percentual pode ser bem maior e chega a 84% nas casas de Caruaru, em Pernambuco.
‘Uplink’ em antenas com ‘booster’ significa o envio de dados pelo smartphone em uma sala onde a antena interna já vem com amplificador – o que é muito comum no país. Longe de ser uma questão trivial, o problema de interferência é especialmente significativo diante dos novos hábitos de consumo dos telespectadores.
Uma pesquisa divulgada pelo Google no ano passado indica que mais de um terço dos internautas brasileiros divide a atenção entre as telas da televisão, dos tablets, smartphones e computadores – comportamento descrito como “multitelas”. Particularmente, mediu que 68% usam TV e smartphones ao mesmo tempo. Seja para tuitar o gol ou comentar no Facebook o beijo da novela.
Fonte: Convergência Digital