Frequência seria utilizada para implantar celular móvel de alta velocidade
Contagem regressiva para quem ainda tem televisores com sistema analógico: o governo poderá antecipar em um ano o fim dessa transmissão em cidades onde a nova frequência para a internet móvel 4G já estiver em condições de operação. A explicação está no fato de ambos sinais ocuparem a mesma faixa, de 700 megahertz (MHz).
Ontem, em Porto Alegre, onde inaugurou a unidade da Telebras Tecnologia no Tecnopuc, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou para o início do próximo ano um novo leilão para tecnologia 4G, que possibilita conexão de até 100 megabits por segundo (Mbps), suficiente para tráfego de dados pesados e acesso rápido a vídeos online, por exemplo.
Esse lote ocupará a mesma fre- quência por onde hoje trafegam os sinais para a TV analógica. Inicialmente, o plano do governo era desabilitar essa transmissão em 2016, mas poderá ser antecipado em locais onde a instalação de infraestrutura para transmissão do 4G esteja mais avançada.
– Se algumas cidades já tiverem condições para operar o 4G na faixa de 700 MHz em 2015, poderemos apagar antes o sinal analógico – afirmou Bernardo.
Plano de Banda Larga ganhará versão 2.0
A antecipação está calcada na aposta do governo de que a Copa do Mundo de 2014 leve muitos brasileiros a trocar televisores de tubo ou modelos mais antigos de tela plana por aparelhos mais modernos que recebam o sinal digital. Com isso, o fim da TV analógica atingiria um universo menor.
– Para quem ainda tiver TV analógica quando o sinal for apagado, poderemos avaliar um subsídio (a compra de conversores que são acoplados em televisões analógicas para receber sinal digital) – afirmou o ministro.
Em 2012, o governo licitou a faixa de 2,5 gigahertz (GHz) também para 4G em cidades que irão sediar jogos da Copa. A nova frequência, de 700 MHz, exigirá menos antenas em comparação com a faixa de 2,5 GHz.
– Assim como antecipará o fim da transmissão analógica em algumas regiões, o governo poderá adiar em outras. Isso depende também da negociação com o setor de radiodifusão – analisa Eduardo Tude, presidente da Teleco Informação e Serviços de Telecomunicações.
O ministro também confirmou para este ano a conclusão do estudo para implementar a segunda edição do Programa Nacional de Banda Larga, o PNBL 2.0. A meta é que em 10 anos o total de domicílios no Brasil com acesso à internet rápida passe de 40% para 90%. O investimento deve passar de R$ 100 bilhões, compartilhado com as operadoras de telefonia.
– A iniciativa privada terá suas obrigações. Pode haver recursos do tesouro só para redes próprias, por meio da Telebras, e empréstimos através do BNDES para as empresas investirem, com equalização das taxas de juros – exemplifica.
No Tecnopuc, ficará o escritório da Telebras na Região Sul e a Rede de Referência, que servirá como suporte na homologação de produtos da estatal. Roteadores, switches, rádios e conexão ópticos, além de outros equipamentos que medem as condições de tráfego de dados serão testados no local.
Fonte: FNDC