Enquanto a política governamental para a produção de equipamentos para TV digital segue indefinida no governo Dilma Rousseff, o governo argentino tenta ocupar o vácuo deixado pelo Brasil. Na semana passada, foi divulgado que a Venezuela vai comprar 300 mil conversores digitais e 13 estações DTT. Acordo é avaliado em US$ 51 milhões.
O acerto foi firmado entre o ministro da Argentina, Julio de Vido, e o ministro de Ciência e Tecnologia da Venezuela, Jorge Arreaza. De acordo com o presidente da TV estatal venezuelana, CANTV, Manuel Fernández, as primeiras sete estações DTT serão instaldas na grande Caracas, capital do país e irão beneficiar cerca de 7 milhões de habitantes, 25% da população. Para essa população está sendo encomendado também a importação de 300 mil conversores.
No Brasil, a política industrial privilegiou o uso dos conversores dentro das TVs. Tanto que o governo fechou um acordo com os fabricantes para obrigar o uso do Ginga, software nacional de interatividade, em 75% dos aparelhos a partir de 2013.
A produção isolada de conversores – grande aposta do goveno Lula, na gestão de Hélio Costa, à frente do ministério das Comunicações – deixou de ser estratégica, apesar de as televisões antigas ainda terem forte impacto na base de TVs do país.