Quinta-feira, enquanto a Sun e parceiros divulgam em São Paulo o uso do Java no Ginga, para a comunidade de desenvolvedores Java, a Anatel realiza, em Brasília, o 1º Encontro da Comissão Brasileira de Comunicações 3 – Normalização das Telecomunicações (CBC-3), com o tema “Normalização de IP em redes de telecomunicações”, que tem o Ginga-NCL como um dos destaques.
A proposta do encontro é apresentar assuntos relacionados à normalização de IP em discussão na CBC-3 e na União Internacional de Telecomunicações (UIT), e promover a maior participação dos brasileiros nesses debates.
Desde 2001, o Grupo Relator de Normalização 6 (GRN-6), integrante do CBC-3 e responsável pela discussão do tema IPTV dentro da Anatel, mantém contato com universidades, institutos de pesquisa, fornecedores e outros produtores de tecnologia, promovendo a participação deles em foros de discussão da UIT. Foi assim que, em 2007, o grupo começou a consolidar as contribuições que resultaram na aprovação do Ginga-NCL como Recomendação H.761, após a sugestão dos japoneses para análise do middleware, criado aqui para o Sistema Brasileiro de TV Digital , aberto, também como framework para desenvolvimento de aplicações multimídia para IPTV.
A linguagem NCL (Nested Context Language) e sua plataforma de execução (Ginga-NCL), foram aprovados pela UIT, no último dia 29, como recomendação internacional H.761. A aprovação significa uma chancela da UIT ao padrão brasileiro, para uso por fabricantes do mundo todo em produtos que permitam a interatividade em IPTV.
Inovação nacional desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) _ e, por isso, sua propriedade intelectual, licenciada sob GPL _ o Ginga-NCL é um subsistema do Ginga, o middleware interativo para dispositivos portáteis, conversores fixos e televisores com conversores do SBTVD.
E aqui cabe repetir. No caso dos conversores portáteis, a norma Ginga padrão, definida desde dezembro do ano passado, é composta basicamente pelo Ginga-NCL e alguns módulos específicos. No caso dos conversores fixos e televisores com conversores, a norma Ginga, conforme o definido oficialmente ontem e enviado para consulta pública na ABNT, é subdividida em dois subsistemas principais, interligados, que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois paradigmas de programação diferentes. Dependendo das funcionalidades requeridas no projeto de cada aplicação, um paradigma será mais adequado que o outro. Esses dois subsistemas são chamados de Ginga-J (para aplicações procedurais Java, usando o Java DTV que a Sun apresenta nesta quinta-feira, em São Paulo) e Ginga-NCL (para aplicações declarativas NCL, que a Anatel apresenta também na quinta-feira, em Brasília, como tecnologia para desenvolvimento também de aplicações interativas para IPTV).
Toda essa divulgação tem motivo de ser. Por muitas razões, pouquíssimos conseguem ver a oportunidade que o Ginga NCL e o Ginga-J, com Java DTV, abrem no sentido de inserção do Brasil no papel de líder nestes segmentos de mercado. E se a PUC tem papel de destaque no Ginga-NCL, o trabalho da Comissão Ginga-J para uso do Java DTV envolveu, além da Universidade Federal da Paraíba, também a colaboração de diversas empresas, universidades e instituições de pesquisa ligadas ao Fórum SBTVDT. Muitos deles ficaram de fora dessa apresentação do Java DTV para a comunidade Java. O que não quer dizer que não estejam preparando produtos e serviços baseados nela.
Por isso, se eu fosse profissional de TI, a partir de agora começaria a olhar com mais cuidado para essas duas tecnologias e as oportunidades de negócios que abrem, principalmente quando combinadas com outras tecnologias de comunicação como WiMax e 3G.
Fonte: Convergência Digital
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