Com o argumento de que a alta do dólar teve impacto direto nos custos da digitalização, governo, teles e emissoras de televisão já discutem configurações alternativas para o conversor a ser distribuído aos brasileiros mais pobres. Algumas propostas discutidas nesta quarta, 17/2, sugerem que o objetivo é cortar o preço do equipamento em um terço.
Por aqui, a configuração aprovada ainda no ano passado está na casa dos R$ 160 por unidade. Existe uma razoável pressão dentro do grupo de implementação da digitalização, o Gired, por um aparelho mais parecido com um mero seletor de canais, ou zapper, no jargão – que custa a metade da configuração ‘oficial’.
Formalmente, no entanto, a busca é por um equipamento que fique no meio termo entre esse dois modelos. Algo não muito acima dos R$ 100. Para tanto, os envolvidos tentam reconstruir a configuração, na prática retirando componentes (e consequentemente funções) do que já foi aprovado pelo Gired. Mas não houve decisão e uma nova reunião do grupo focado no conversor já está prevista.
A EAD, empresa que funciona como braço operacional da digitalização, comprou até aqui cerca de 530 mil conversores – de um universo, em tese, de 14 milhões a serem distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família. Além de Rio Verde-GO e Brasília, dá para atender parte de São Paulo, que tem desligamento previsto para 29/3/17.
Vale lembrar que já foi turbulenta a definição da configuração mínima do conversor que deve ser distribuído ao Bolsa Família (e que pode ou não ser estendido a todo o Cadastro Único de Programas Sociais). Houve (e há) resistência aos recursos de interatividade e o equipamento sequer conta com canal de retorno. E com a alta do dólar o uso do Ginga, por exemplo, fica ainda mais na berlinda.
Fonte: Convergência Digital