O sinal digital de televisão já funciona em vários países, inclusive no Brasil. Porém, há três padrões principais –o americano, o europeu e o japonês (que foi adotado por aqui)– e um problema: eles não se comunicam entre si.
Liderado pelo Citi (Centro Interdisciplinar de Tecnologias Interativas), da USP, o consórcio Global ITV iniciado em abril, formado por instituições e universidades brasileiras e europeias, pretende pôr fim à questão.
“No Brasil, não temos acesso aos aplicativos de interatividade de um programa de uma emissora europeia, por exemplo, pois os padrões não são compatíveis”, explica Marcelo Zuffo, coordenador-geral do Global ITV no Brasil.
A proposta é resolver o problema com a instalação de um navegador que seja capaz de harmonizar diferentes sistemas de captação de sinal.
“O browser funcionaria como uma ponte entre os aplicativos e as diferentes e incompatíveis plataformas de interatividades”, diz Alexandre Kieglin, coordenador do núcleo de desenvolvimento de aplicativos do Global ITV.
A princípio, o projeto trabalhará apenas com os padrões europeu e japonês, os mais populares do mundo atualmente. O primeiro atinge aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas e, o segundo, outras 600 milhões, de acordo com Marcelo Zuffo.
A ideia é que, caso o projeto obtenha sucesso nessa primeira etapa, ele seja expandido também para o padrão americano de TV digital.
Com R$ 3 milhões do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o Global ITV está previsto para ficar pronto em janeiro do ano que vem.