Enquanto discutem os ‘termos da capitulação’ na faixa de 700 MHz, as emissoras de televisão chamam a atenção para a ausência, até aqui, de garantias de que haverá espectadores para as transmissões digitais. Ou seja: para além dos arranjos entre radiodifusores e teles, falta pensar nos televisores.
“Temos uma série de preocupações, sendo a interferência a maior delas. Mas também queremos saber se caberemos todos no espectro restante, a cobertura dos custos de readequação e a garantia de que haverá antenas, receptores e conversores à população”, diz o diretor-geral da Abert, Luis Roberto Antonik.
O executivo calcula existirem 110 milhões de receptores domésticos no país, mas apenas 30 milhões deles com capacidade de recepção digital. Precisamos de um projeto que faça com que as pessoas possam trocar os aparelhos ou usar os conversores”, defende.
O Ministério das Comunicações voltou a sinalizar algum tipo de crédito para os mais pobres. “Quem não tiver condições, as famílias de baixa renda, a gente vai oferecer um subsídio”, diz a secretaria de Comunicação Eletrônica da pasta, Patrícia de Ávila.
O tamanho desse empurrão pode bem chegar à casa de R$ 1 bilhão – um cálculo por alto levando em consideração que se trabalha com valores de R$ 50 a R$ 100 por conversor em um universo de 11 milhões de beneficiários de programas sociais do governo federal.
“Essa conta de alguma forma estará presente no leilão. Ela deve entrar no custo geral da digitalização e o governo vai escolher se deixa isso como contrapartida das operadoras, portanto no próprio edital dos 700 MHz, ou se isso será coberto de outra forma”, diz o presidente em exercício da Anatel, Jarbas Valente.
Fonte: Convergência Digital