O Ministério das Comunicações vai liberar as emissoras de televisão de transmitirem simultaneamente suas programações nos sistemas analógico e digital. A lógica é de que aquelas que assim desejarem poderão passar diretamente à transmissão digital.
“Como há dificuldade de acomodar na faixa e que pequenos grupos têm dificuldade econômica de manter as duas transmissões, estamos propondo que seja admitida a migração direta do analógico para o digital”, revelou o ministro Paulo Bernardo, ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
Na prática, porém, não é exatamente uma opção. Como explicou o secretario de Serviços de Comunicação Eletrônica do Minicom, Genildo Lins, foi a saída encontrada para as emissoras que até hoje não fazem a transmissão simulcast porque não há espectro disponível.
“Em cidades como São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro simplesmente não há possibilidade, seja em 700Mhz, seja em 800MHz. Não há espaço. Por isso, vamos permitir que aquelas emissoras que hoje só transmitem no sistema analógico possam ir direto ao digital”, disse o secretário.
Cidades como essas com grande número de emissoras já encontram dificuldades, com a digitalização, para acomodar todas as TVs existentes. Tanto é que Paulo Bernardo voltou a dizer nesta quarta que, se preciso, haverá oferta menor da faixa de 700 MHz às teles, visto que aí a radiodifusão é prioridade.
A “liberação” do simulcast deverá ser autorizada no mesmo Decreto – já elaborado pelo Minicom e em discussão no governo – que vai prever um novo cronograma para o desligamento dos sinais analógicos. Inicialmente previu-se uma única data para todo o país, 30 de abril de 2016. A ideia agora é fazer o desligamento gradativamente entre 2015 e 2018.
Fonte: FNDC