O Ministério das Comunicações reconhece que, dentro do plano de destinação da faixa de 700 MHz para a banda larga, não será possível abrigar no espectro de UHF e em todas as cidades, todas as emissoras públicas previstas no Decreto de TV Digital (Decreto 5.820/2006), incluindo o Canal da Cidadania, regulamentado pelo Minicom no final de 2012. Também haveria dificuldade, em algumas cidades, para abrigar os canais previstos para o Ministério da Educação e Ministério da Cultura. “Vamos conseguir remanejar todo mundo que está no ar hoje, mas demandas futuras podem ser mais complicadas”, diz Genildo Lins, secretário de Comunicação Eletrônica.
Mas o Ministério das Comunicações trabalha com um trunfo: a ocupação da faixa de VHF alta (canais 7 a 14) também para a TV digital. Isso será possível depois do desligamento analógico, previsto para 2016. “Essa faixa poderá abrigar justamente essas demandas futuras. Estamos trabalhando na forma como isso será feito”, diz o secretário. Para ele, essa solução abre mais espaço para a radiodifusão digital e não apresenta grandes problemas técnicos. “A dificuldade maior que teremos será para manter as transmissões móveis na faixa, mas isso também já está sendo trabalhado”, diz Genildo Lins, lembrando que o 1-SEG, segmento móvel das transmissões digitais, não funciona bem na faixa de VHF. “Esses canais serão usados como coringas no futuro, mas lembro que eles não são necessários para o plano de realocação para a desocupação da faixa de 700 MHz. É um benefício a mais”, diz o secretário.
Fonte: Tela Viva