As bolsas de capacitação científico-tecnológica para profissionais da área de TV digital não estão sendo preenchidas. Patrocinadas pelas entidades brasileiras ABC (Agência Brasileira de Cooperação), Ministério das Comunicações e JICA-Agência Japonesa de Cooperação Internacional, como prevê o acordo entre Brasil e Japão, as bolsas estão disponíveis para profissionais que buscam capacitação no sistema ISDB-T.
O assunto foi tratado durante reunião entre pesquisadores japoneses e brasileiros presentes no 2o. Simpósio Brasil-Japão de Avanços Tecnológicos, realizada no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP, na quarta-feira, 30 de novembro.
Marcelo Zuffo, pesquisador e coordenador de pesquisa do LSI e organizador do simpósio, informou que no próximo ano, o LSI promoverá a divulgação dessas bolsas para que um número maior de profissionais brasileiros possam se beneficiar do acordo firmado entre os dois países, que inclui o treinamento de especialistas no sistema ISDB-T. O treinamento aborda o processo de digitalização de uma emissora de TV desde a geração até a recepção dos sinais digitais.
Segundo Zuffo, há possibilidade de a terceira edição do Simpósio Brasil-Japão, promovido pelo LSI, acontecer no Japão, em 2012. “Para isso vamos buscar apoio de entidades brasileiras e japonesas”. No 2º. Simpósio Brasil-Japão, o representante da Secretaria de Telecomunicações do Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia do Ministério das Comunicações, Otavio Caixeta, afirmou a importância do intercâmbio de profissionais entre o Brasil e Japão para a sustentabilidade do sistema ISDB-T. O executivo do MinC complementou que o órgão continuará apoiando essa e outras ações de treinamento e capacitação profissional.
O Simpósio Brasil-Japão sobre Avanços Televisão Digital recebeu pesquisadores como Koji Suginuma, da Universidade de Keio, Japão, que demonstrou soluções audiovisuais de TV em super alta definição, baseadas no sistema 4K. Em sua palestra, Suginuma analisou a implementação da TV de Super Alta Definição, que ainda pode demorar algum tempo para chegar à casa do usuário. Enquanto isso, a indústria está voltando sua atenção para as aplicações da resolução 4K em ambiente doméstico. “Já é possível a transmissão de conteúdos em 4K por meio de serviços cabeados. No entanto, em função de problemas relacionados à padronização, as transmissões televisivas em 4K pelo ar ainda não estão maduras”.
Ginga Nova Geração
No simpósio, o pesquisador Luis Fernando G. Soares, responsável pelo desenvolvimento do middleware Ginga-NCL do Sistema Brasileiro de TV Digital, apresentou a arquitetura Ginga para soluções terrestres de televisão IPTV e TV conectada e os novos recursos da próxima versão do NCL – NCL 4.0. Soares também é responsável pela recomendação ITU-T (Setor de Normatização das Telecomunicações) para serviços IPTV.
“A versão NCL 4.0, em desenvolvimento, oferece melhor suporte para aplicações sensíveis ao contexto, a dispositivos de múltiplas exibições, a dispositivos de entrada multimodal e a aplicações 3D”, disse. O pesquisador relacionou pesquisas e desenvolvimentos em novas ferramentas de autoria, em especial modelos de criação e a interoperabilidade entre o Ginga e outros middlewares, principalmente em BML e LIME. Sua equipe também está trabalhando no desenvolvimento de dispositivos hipermídia, para substituir o tradicional controle remoto.
Fonte: Tela Viva