Os ministros de comunicações dos países da África Austral vão testar todos os padrões de TV digital existentes no mundo, antes de definir qual deles será adotado em seus países. A decisão, tomada em reunião realizada em Luanda (Angola) na semana passada, é considerada uma vitória para o sistema nipo-brasileiro de TV digital, uma vez que a tendência era de que esses países adotassem o sistema europeu (DVB), como determinava a convenção de Genebra nº 6.
“Fizemos uma apresentação do processo brasileiro e mostramos as oportunidades que o ISDB-T pode trazer para os países em termos de cooperação, além de explicar como Brasil e Japão podem ajudar no processo de implantação e na geração de capacitação local em TV Digital. Com isso, conseguimos convencê-los a fazer uma análise técnica, social e econômica mais profunda, e que considerassem o ISDB-T como uma opção ao sistema europeu”, explica o assessor da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Flávio Lenz Cesar, que representou o governo brasileiro no evento.
Entre os benefícios oferecidos pelo Brasil estão linha de crédito do BNDES para construção de laboratórios de audiovisual e do ginga, no valor de U$ 600 mil; apoio na instalação de TV pública; transferência de tecnologia e possibilidade de instalação de fábrica para produção de septop box. Segundo Flávio Lenz, uma força-tarefa vai analisar, durante dois meses, os padrões disponíveis e a previsão é que ocorra nova reunião de ministros em agosto deste ano. A comunidade engloba 14 países da região sul da África: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Ilhas Maurício, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Além do Brasil e Japão, seis países já adotaram oficialmente o padrão nipo-brasileiro de TV Digital: Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Costa Rica e Equador. No caso da Costa Rica, último a optar pelo ISDB-T, o decreto foi assinado pelo então presidente Oscar Arias Sánchez. Outros países manifestaram interesse em adotar o ISDB-T, como é o caso do Paraguai, da Bolívia e de países da África.
Fonte: Tela Viva