abr 09

TV digital: Abert reage e diz que TV paga não garante acesso à TV aberta

TV digital Comentários desativados em TV digital: Abert reage e diz que TV paga não garante acesso à TV aberta

Bateu mal entre as emissoras de televisão a decisão da Anatel de cortar pela metade o universo de domicílios brasileiros que terão “garantida” a recepção da TV Digital. Segundo a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV, Abert, a ideia de retirar os assinantes de TV paga e os lares com antenas parabólicas da conta vai deixar gente sem sinal digital – ou seja, sem televisão.

“Temos uma divergência aí. Entendemos que não pode abater as parabólicas e a TV por assinatura da base porque a regra só permite excluir o que está fora da cobertura, ou seja as zonas rurais, áreas de sombra. TV paga não garante TV aberta. E boa parte das parabólicas também é usada em áreas urbanas, onde a televisão também chega”, diz o presidente da Abert, Daniel Slaviero.

Ele lembra que a maioria dos assinantes de TV paga no país (60%) usam a tecnologia via satélite (DTH). “Para muita gente isso significa não ter canal local, o que tem impacto na programação, na publicidade local. Não dá para considerar isso como parte dos 93% de domicílios que devem ter garantida a recepção do sinal digital de TV”, insiste Slaviero.

A própria Anatel se debruça neste mesmo momento sobre como viabilizar a inserção de canais locais no DTH, o que vai exigir a substituição de equipamentos na casa dos assinantes ao longo dos próximos anos, mas nem o prazo tem consenso entre operadoras de TV paga e a radiodifusão comercial. A Abert acredita, no entanto, que “as divergências serão superadas no Gired.

Nas contas da Abert, cerca de 22 milhões de lares – ou um terço dos domicílios do país – assistem tevê com o uso das parabólicas. Mas só 10 milhões tem as antenas como único recurso. “Cidades médias, com ótimo nível de vida e riqueza no Sul do Brasil, com população entre 50 e 100 mil habitantes, inclusive com boas retransmissoras de televisão aberta, estão repletas de antenas parabólicas”, diz o levantamento da Abert sobre o setor de radiodifusão feito em 2013.

Coordenador do grupo de implementação da digitalização que inclui emissoras e operadoras móveis, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone afirma que pesquisas indicarão o verdadeiro universo para a meta de cobrir 93% dos domicílios com sinal digital de TV. “Quando apagar sinal, quem tem TV por assinatura não será afetado, nem quem recebe por parabólica. Mas vamos fazer uma pesquisa para identificar a situação real das pessoas. Uma pesquisa inicial já começou para avaliar como está para fins de atingimento dos 93%, mas principalmente para ter um foco melhor na estratégia de comunicação e ter um quadro mais realista”, diz Zerbone.

Pelo menos parte dessa estratégia de comunicação preocupa as TVs públicas. “Infelizmente não há nada sobre multiprogramação ou interatividade”, diz a coordenadora da Rede Legislativa de TV e Rádio, Evelin Maciel, da TV Câmara. Um telefone para esclarecimentos – 147 – também já está funcionando. Mas entre as orientações está a compra de antenas UHF externas ou internas. O uso de UHF vai, na prática, excluir canais remanejados para o chamado VHF alto (canais 7 a 13). Além disso, mesmo os testes da Anatel indicam risco maior de interferência com o 4G quando usadas antenas internas.

Fonte: Convergência Digital

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abr 09

TV Digital: Anatel coordena TV Digital aberta para os mais pobres e os mais ricos

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Ficou com a Agência Nacional de Telecomunicações a coordenação do processo de implantação da TV Digital no Brasil. A agência vai definir quão boa será a interatividade na televisão, particularmente aos brasileiros mais pobres. Mas será também responsável pelo ritmo em que as emissoras abertas locais estarão na grade de programação dos mais abastados, que assinam TV paga.

Curiosamente, é uma atuação com impacto nos dois extremos da pirâmide social. De um lado, a Anatel pilota a implementação da TV Digital e vai definir este mês a configuração de 14 milhões de conversores de sinais digitais para televisores analógicos que serão distribuídos aos beneficiários do Bolsa Família. A depender da configuração, os mais pobres terão ou não a prometida interatividade – além da possibilidade de que a TV seja ferramenta de inclusão digital.

No lado de cima da pirâmide, também virá da Anatel uma decisão com impacto sobre cerca de 12 milhões de acessos de TV por assinatura via satélite, ou DTH no jargão do setor. Nesse caso, também haverá a distribuição – ou substituição – de milhões de set top boxes. Mas aqui, ao contrário da implantação da TV Digital, os interesses das emissoras de televisão e das teles são bem distintos.

A legislação da TV paga (Lei 12.485/11, ou Lei do Seac) tem regras para o carregamento obrigatório de canais abertos, mas criou uma exceção quando o serviço é por tecnologia DTH. Com menor capacidade que o cabo, o serviço por satélite pode optar por não transmitir os canais. Mas a regulamentação determina que caso a escolha seja por incluir alguma das redes nacionais na grade de programação, todas as demais devem igualmente ser incluídas.

Com pelo menos três satélites em operação e capacidade de sobra, a Oi conseguiu incluir no line up nada menos do que 43 operações locais da Globo –mais do que o dobro da Sky e praticamente o triplo do que consegue a Claro TV. Isso é interessante para os assinantes, que acessam conteúdos locais, e para a emissora, visto que preserva na TV paga a publicidade regionalizada.

É tão importante que as outras emissoras abertas resolveram exigir o mesmo, respaldadas pela legislação e pela regulamentação que obriga o carregamento das outras redes nacionais (um conceito criado especialmente para a TV por assinaturas e que inclui 14 grandes radiodifusores). A solução técnica – visto que nem todas as empresas possuem capacidade de sobra – é a adoção de um receptor híbrido, um set top box que capta os canais pagos e abertos.

Mas se a solução técnica já existe, a discussão esbarra no ritmo de substituição dos atuais receptores pelas ‘caixinhas híbridas’. As emissoras de televisão aberta querem a troca em até dois anos nas maiores cidades – e até três anos para as demais. As operadoras de TV por assinatura resistem a se comprometer com prazos menores do que cinco anos.

Com estimativas de custo que variam de R$ 500 mil a R$ 6 bilhões, as operadoras de TV por assinatura preferem uma troca gradual dos equipamentos, à medida em que precisarem ser trocados por conta de defeitos ou melhorias – como a substituição por caixinhas que permitem recepção de canais em alta definição. Nesse processo “natural”, cerca de 8% dos 12 milhões de assinantes via DTH já contam com os receptores híbridos.

O prazo é o principal, mas não o único dilema. A TV por assinatura reclama de uma nova regulamentação do carregamento obrigatório e, especialmente, do risco de terem sua avaliação (pelo regulador) prejudicada com base em transmissão e recepção de sinais fora de sua governança. A caixa híbrida faz tudo parecer o mesmo para os usuários, mas na prática é um receptor de TV paga onde vem acoplada uma antena para captar os sinais da TV aberta terrestre.

Por enquanto, a Anatel vem alimentando uma solução negociada entre as emissoras abertas e as operadoras de TV paga. Não por menos, uma definição não deve vir em menos de um mês – até para dar tempo para que TVs e teles consigam resolver a definição dos conversores para o andar de baixo – o que deve se dar em uma reunião prevista para 29 deste mês.

Fonte: Convergência Digital

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abr 09

TV Digital: Por meta, Anatel exclui lares com parabólicas e TV paga

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A contagem regressiva para a TV Digital no Brasil começa nesta quarta, 8/4, com os primeiros avisos de que os sinais analógicos serão desligados daqui um ano em Brasília – e um pouco antes disso, ainda em novembro, na goiana Rio Verde. E para garantir que o desligamento na data prevista, a Anatel descobriu um atalho para chegar aos 93% de domicílios que precisam ter recepção digital garantida: excluiu um pouco mais da metade dos lares brasileiros da base de cálculo.

“Não é 93% do todo. O foco são cerca de 30 milhões de domicílios. Quem assiste TV por assinatura não vai ser afetado, então sai da base de cálculo. E quem hoje recebe por parabólicas, na Banda C, também, pois não são domicílios com televisão aberta terrestre”, explicou o coordenador do grupo de implementação da digitalização, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone.

Até aqui, o maior desafio da transição é o percentual previsto na Portaria 481/14 do Ministério das Comunicações, que estabelece o cronograma da transição e certas premissas. “É condição para o desligamento da transmissão analógica dos serviços de radiodifusão (…) que, pelo menos, noventa e três por cento dos domicílios do município que acessem o serviço livre, aberto e gratuito por transmissão terrestre, estejam aptos à recepção da televisão digital terrestre”.

Alcançar o patamar foi uma ação complicada em todos os países onde já houve a transição digital. Mesmo nações prósperas, onde a compra de televisores ou conversores não era um problema, como no Japão ou na Alemanha, o calendário de desligamento foi sendo adiado. Não por menos, o governo vem repetindo – e o fez novamente nesta terça-feira – que o mesmo pode acontecer no Brasil.

“A preocupação central é que possamos fazer essa migração até o desligamento total do sinal analógico de maneira segura para que possamos garantir o percentual máximo possível, como objetivo de governo, de pessoas que tenham acesso ao sinal digital e com equipamento para receber o sinal digital. Não podemos fazer um processo de exclusão, tem que ser de inclusão. Deve ser feito de maneira muito criteriosa, inclusive ajustando o cronograma quando necessário”, disse o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.

Dito isso, o trabalho do grupo que reúne teles, emissoras de televisão, governo e Anatel é no sentido de garantir as datas previstas. Afinal, as operadoras de celular pagaram quase R$ 10 bilhões entre outorgas e o custo da migração para usar a faixa de 700 MHz. Mas só terão o espectro de fato depois do desligamento analógico da televisão – em geral, um ano depois do switch off em cada cidade.

Daí, portanto, a fórmula apresentada nesta terça pela Anatel. O país tem cerca de 66 milhões de domicílios. Desses, serão descontados os brasileiros que assistem televisão por assinatura – uns 20 milhões de acessos. Também saem da conta os lares que assistem televisão com antenas parabólicas – cerca de 22 milhões nas contas das próprias emissoras de TV. Dos 24 milhões que restam, 14 milhões, os mais pobres, vão receber conversores e antenas. Os 9,3 milhões de lares (93% dos 10 milhões restantes) serão o alvo das campanhas para que, caso ainda não o tenham feito, que troquem de televisão por uma capaz de receber sinal digital

Fonte: Convergência Digital

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